1.5.11

NEM TUDO O QUE LUZ É OURO



O velho ditado popular que afirma que nem tudo o que luz é ouro e nos alerta para as falsificações ou mistificações , pode também aplicar-se neste mundo moderno a tudo o que parecia ser uma boa ideia mas que o tempo se encarregou de demonstrar o contrário. Vejamos alguns exemplos :
Comecemos pelo plástico, surgido nos anos 50 do século XX, que parecia ser o substituto ideal para o vidro, dado o seu baixo preço de produção , facilidade de moldagem e resistência ao choque que quase levou á extinção da indústria vidreira , e que é hoje considerado uma encarnação do mal. Esta maneira de pensar ocorre pelo facto de que quando acaba a vida útil do objecto em plástico, este acaba numa lixeira, ou no mar arrastado pelas águas dos rios e, nestes lugares, demora mais de 700 anos a degradar-se com todas as consequências nefastas para o ambiente. Também se reconheceu que muitos plásticos não podem ser reciclados ou queimados pois no seu fabrico foram incorporadas substâncias que, por combustão, libertam gases tóxicos. (aconselhamos a leitura de dois artigos deste Blogue, na etiqueta Ecologia ,com os títulos : RECICLAGEM ««««POLUIÇÃO marinha )
Falemos agora do mercúrio usado nos termómetros, pilhas eléctricas e outros equipamentos cuja inalação dos vapores libertados ataca rins e sistema nervoso, Um pequeno derrame de mercúrio, mesmo que acidental, pode contaminar enormes massas de água doce ou marinha e chegar até nós pela ingestão de peixe que foi também contaminado. O perigo é tão grande que a CEE proibiu , em Abril de 2009 , o uso de termómetros de mercúrio, aparelhos de medir a tensão arterial com coluna de mercúrio e tudo o mais que contenha esta substância , mesmo que em quantidades ínfimas.
Mas há mais exemplos de que nem tudo o que luz é ouro !
O avião “Concord” considerado ideia tecnológica brilhante que podia voar a mais de 2.000 Km/h já não é fabricado ,nem voa, por ser muito ruidoso e o custo de manutenção extremamente elevado. Deixando os ares e voltando à terra, a gasolina com chumbo que aumentava a potência dos motores e os lubrificava ,foi proibida pois o chumbo é muito tóxico para as pessoas e ambiente , tal como o mercúrio de que já falamos.
E as lâmpadas incandescentes não escapam! Cento e cinquenta anos após a sua descoberta começam agora a ser eliminadas pois grande parte da energia que consomem é gasta em calor. Deixarão de ser fabricadas em 2014 e substituídas por lâmpadas de baixo consumo.
Mas até estas parecem já trazer problemas. Transcrevo o que escrevi há tempos sobre elas neste blogue (etiqueta Física):
A lâmpada de baixo consumo é a velha lâmpada fluorescente modernizada: a corrente eléctrica de nossas casas faz com que a fluorescente acenda e apague 100 vezes por segundo, mas as novas ,com os componentes electrónicos que possuem, fazem com que o número de disparos luminosos suba para milhares por segundo, resultando daí melhor qualidade de luz. No pólo positivo de cada tubo ,existe um filamento de tungsténio que ,aquecido, produz electrões e como a tensão entre os dois bornes é de 2.000 volts, forma-se uma faísca. Esta vai vaporizar o mercúrio dentro da lâmpada. Quando a tensão volta a descer estabelece-se uma corrente de electrões que acaba por ser em vaivém ,dentro do tubo. Este movimento de electrões em contacto com os átomos de mercúrio vaporizado, produz radiação ultravioleta. A radiação UV ao atingir o revestimento fluorescente do vidro do tubo faz a lâmpada brilhar com luz visível.
LADO NEGATIVO das lâmpadas de baixo consumo:
Dissemos atrás que todas as belas tinham um senão e é esse lado negativo que vamos analisar: A Agência para o Ambiente, no Reino Unido, está preocupada com os potenciais riscos para a saúde e para o ambiente provocados pelas lâmpadas de baixo consumo. Segundo os toxicologistas estas lâmpadas contêm seis a oito miligramas de mercúrio, quantidade não passível de colocar em risco o consumidor ,mas se uma destas lâmpadas se partir em casa, deve sair do compartimento durante 15 minutos, pois o mercúrio, quando inalado, tende a acumular-se nos tecidos do cérebro e é nocivo a partir de determinada quantidade. As autoridades avisam também que os fragmentos da lâmpada não devem ser recolhidos com aspirador, mas com luvas de borracha, e que as pessoas devem ter cuidado para não inalar o pó libertado. O material deve ser guardado num saco plástico e entregue ás autoridades .O que acontecerá quando milhões destas lâmpadas terminarem o seu tempo de vida e forem parar às lixeiras? Contaminação dos solos e aquíferos! Mas há mais ! Pessoas que têm estudado estas lâmpadas, como é o caso de Mário Portugal Leça Faria , diz-nos :Para que estas lâmpadas funcionem existe no seu casquilho um circuito electrónico que, por não ter ligação á massa, irradia uma frequência supersónica de 40.000 Hz. Esta frequência não audível ,perto da minha cabeça, provocava-me insónias e dores de cabeça..A própria Associação Contra as Dores de Cabeça , em Inglaterra ( Migram Action Association) atribui a estas lâmpadas as dores de cabeça em algumas pessoas ,bem como riscos de epilepsia noutras .

Terminaremos com outro exemplo de que nem tudo o que luz é ouro: neste século XXI, os SPAM, mensagens electrónicas que circulam aos milhões diárimente na Internet , podem imitar mensagens personalizadas e até infectar milhares de computadores , transformando-os em zombies que acabam por ser plataformas para outras actividades, sem que os antivírus ganhem a batalha. ( ver guerra electrónica neste blogue )

1 comentário:

Maria Paz disse...

É sempre com prazer que venho ler este blog. E muito bem lembrada a questão das lâmpadas de baixo consumo. Há já alguns anos que fui substituindo as lâmpadas incandescentes pelas de baixo consumo, e quando acabavam iam parar ao lixo normal. Há uns meses quando li a contaminação que provocam os seus componentes fiquei sem saber onde as colocar. Também as lâmpadas que aproveitam a energia solar alertam para não as colocar na lixeira normal. Em que ficamos? Voltar para as incandescentes?

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