Sempre que abordo um tema da religião católica, vem ao meu pensamento um dos mandamentos da Lei de Deus – NÃO MATARÁS—que muitas vezes foi ignorado pelos Chefes religiosos.
O que a seguir comentarei nem sequer tem a ver com intransigências religiosas contra os infiéis ou defensores do Corão, o que talvez pudesse justificar alguma guerra, mas sim uma guerra entre irmãos cristãos.
“Combatei os hereges com mão poderosa e braço firme “ proclamava o papa Inocêncio III , para lançar milhares de cruzados , em 1209, contra os cristãos albigenses do sul de França, tudo com a desculpa de ter sido assassinado o Legado papal Peire de Castelnau , por um escudeiro do Conde de Tolosa.
Quando os cruzados conquistaram Lavour, em 3 de Maio de 1211, Simão Montfort mandou enforcar Aimeric Montreal e mais oitenta cavaleiros. Como o patíbulo ruiu devido ao peso do nobre, mandou degolar os outros . A senhora da cidade ,Guirauda , irmã de Aimeric , foi entregue á soldadesca que depois de abusar dela a lançou a um poço. Nesse dia, 300 a 400 cátaros foram queimados na fogueira, enquanto os seus bens passaram para Simão Montfort. Tudo isto aprovado pela Igreja de Roma que se sentia ameaçada no seu poder ditatorial religioso e temporal e que perdera a guerra contra o Islão quer em Espanha quer na Terra Santa.. Mas há mais exemplos da barbárie contra os cristãos cátaros : Ao iniciar-se o assalto a Beziers, alguns cruzados perguntaram ao Legado papal ( Arnau Amalric) como poderiam distinguir os hereges dos bons católicos que estavam na cidade. A resposta foi mais ou menos assim: mata-os a todos que Deus saberá distingui-los depois.
E afinal de que constava a heresia dos cátaros ou albigenses para se fazer tão cruenta guerra que fora antecedida , é verdade, de uma tentativa pacífica para os converter ?
Os cátaros acreditavam que o homem na sua origem havia sido um ser espiritual e para adquirir consciência e liberdade, precisou de um corpo material, sendo necessário várias reencarnações para se libertar. Acreditavam na existência de dois deuses, um do bem (Deus) e outro do mal (Satã), que teria criado o mundo material . Não concebiam a ideia de inferno pois no fim o deus do Bem triunfaria sobre o do Mal . Praticavam a abstinência de certos alimentos como a carne e tudo o que proviesse da procriação. Jejuavam antes do Natal, Páscoa e Pentecostes, e não matavam qualquer animal. Os crentes tinham um ofício divino onde dividiam o pão entre si mas não considerando esse pão o corpo de Cristo.
A Igreja Católica estabeleceu a repressão às heresias através de concílios, exigindo que o poder secular participasse do processo. Desta forma, através do estudo do cânone 27 do III Concílio de Latrão (1179) e do cânone 3 do IV Concílio de Latrão (1215), verificar-se-á os princípios adoptados pela Igreja Católica para reprimir a heresia cátara e percebe-se a necessidade que a Igreja Católica tinha de a eliminar , pois esta ameaçava seu poder. A Igreja só poderia manter-se no poder com a certeza de que era a única e verdadeira herdeira de Cristo e de que passavam por ela os caminhos que levavam á salvação.
Embora seja impossível nesta curta mensagem explicar tudo aquilo que era considerado heresia, podemos ainda dizer que os cátaros eram acusados de abalarem a ordem social existente e de aspirarem à destruição da sociedade medieval.(Leia-se poder temporal do Papa e do Rei de França) Renunciavam aos bens materiais pregando o retorno ao cristianismo primitivo.
Mas voltemos ao quinto mandamento que é o título da mensagem.
Dizem os teólogos católicos : “Só Deus é senhor da vida humana. Os homens devem respeitá-la. Matar voluntariamente um ser humano é pecado, quer seja por homicídio, eutanásia, violência, guerra injusta , roubo, herança ou aborto. É também pecado contra o quinto mandamento: odiar, guardar rancor, inimizade, desejar o mal, insultar.
O que é próprio do cristão é amar, porque Deus é amor. Se aprendermos a amar, não nos custará perdoar de coração quando alguém nos ofende. Isto não impede o direito e o dever da pessoa e da sociedade à legítima defesa. Por isso, as autoridades legais podem impor justas penas aos agressores e inclusive, como em alguns países, matar em caso de extrema gravidade, esgotados todos os meios que seriam mais conformes com a dignidade da pessoa humana. “
Estou a lembrar-me do assaltante de uma escola nos EUA que ameaçava matar mais alunos além dos que já tinha ferido mortalmente e que acabou por ser abatido por um atirador especial da polícia, isto para já não falar de outros casos semelhantes que são do domínio público.
Será que com o que acabei de transcrever os teólogos se contradizem ? Continuemos a ouvir a opinião deles:
“Por que é que a legítima defesa de pessoas e de sociedades não vai contra o quinto mandamento ?
Porque com a legítima defesa se exerce a escolha de defender e valorizar o direito à própria vida e à dos outros, e não a escolha de matar. Para quem tem responsabilidade pela vida do outro, a legítima defesa pode até ser um dever grave. Todavia ela não deve comportar um uso da violência maior que o necessário. Neste caso está a defesa armada de um povo quando, sem motivo, é atacado por outro.”
No que respeita ao aborto o tema é muito polémico e a posição da Igreja continua a não ser uniforme ou concordante. Sobre este tema , o Prof de Teologia e Ética da Marquett University, Dr Daniel Maguire diz o seguinte:
“Na igreja católica não há uma só doutrina vigente sobre contracepção e aborto. No entanto, a mais conhecida é a doutrina conservadora defendida pelo Papa, por muitos membros da hierarquia e, também, por uma minoria significativa de teólogos católicos. Esta doutrina insiste em afirmar que todos os meios de contracepção artificial e o aborto são contra as leis de Deus …….. Se houver um crescimento excessivo da população, a natureza nos matará de fome, doença ou por uma destruição ambiental, como ocorre em muitas partes do mundo. A alternativa a estes males é o planeamento familiar…….Num mundo perfeito, onde os métodos contraceptivos estivessem à disposição de todas as pessoas; onde mulher e homem fossem educados e se respeitassem mutuamente; onde a pobreza não causasse danos à vida, neste tipo de utopia o aborto seria muito raro. Porém o nosso mundo não é uma utopia. Num mundo onde há gravidezes não desejadas e não planeadas, uma mulher deveria poder abortar por razões sérias e sãs……..Em todas as maiores religiões do mundo isto é possível e aceitável. Em meu último livro SACRED CHOICES: The Right to Contraception and Abortion in Ten World Religions (Fortress Press, 2001) (Escolhas Sagradas: o direito à contracepção e ao aborto em dez religiões do mundo) demonstro como todas as maiores religiões do mundo - incluindo o catolicismo - reconhecem a fecundidade como uma benção que pode ser também um castigo. Todas estas religiões têm perspectivas conservadoras sobre o planeamento familiar, tanto quanto a católica. Mas de mesmo modo convivem perspectivas mais moderadas que permitem a contracepção e o aborto quando necessário…..”
Como se pode verificar e também relativamente ao aborto ,nas diferentes correntes cristãs não há uniformidade de ideias quanto ao mandamento NÃO MATARÁS.
Se entrarmos no tema da eutanásia então o problema é ainda mais complicado com as diferentes Igrejas cristãs a terem pontos comuns e de divergência, mas vejamos só o catolicismo romano que foi a confissão religiosa que mais estudou a questão da eutanásia, ou, pelo menos, a que mais publicou directrizes a respeito; O documento mais completo é a Declaração Sobre a Eutanásia (5-5-1980), da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé. Nesse documento pode ler-se: "Por eutanásia, entendemos uma acção ou omissão que, por sua natureza ou nas intenções, provoca a morte a fim de eliminar toda a dor. A eutanásia situa-se, portanto, no nível das intenções e no nível dos métodos empregados". A eutanásia é considerada uma "violação da Lei Divina, uma ofensa à dignidade humana, um crime contra a vida e um atentado contra a humanidade". Outro documento , de João Paulo II (1995) , é a Carta Encíclica Evangelium Vitae. Mantendo a argumentação anterior coloca o problema como sendo "um dos sintomas mais alarmantes da ` cultura da morte' que avança, sobretudo, nas sociedade do bem-estar, caracterizadas por uma mentalidade da eficiência que faz aparecer demasiadamente gravoso e insuportável o número crescente das pessoas idosas e debilitadas. Com muita frequência, estas acabam por ser isoladas da família e da sociedade, organizada quase exclusivamente sobre a base de critérios de produtividade, segundo os quais uma vida irremediavelmente incapaz não tem mais nenhum valor" A doutrina católica tradicional reconhece que o sofrimento, embora possa ser integrado no mistério da morte e ressurreição de Cristo, pode também ser fútil e nocivo . Os esforços por manter a vida física podem legitimamente cessar quando a continuação da vida biológica faz com que se deteriore, em vez de promover, a integração espiritual e moral da pessoa.. Dos documentos mais antigos aos mais recentes, há uma evolução no modo de interpretar o sofrimento e propor normas morais. A Declaração sobre a Eutanásia, de 1980, dialoga melhor com a racionalidade científica, reconhecendo que em ambos os lados existem convicções sérias e conscienciosas.
No entanto no quinto mandamento está apenas escrito NÃO MATARÁS sem a condicionante A NÃO SER QUE ….. . Grande dilema este !.
O que a seguir comentarei nem sequer tem a ver com intransigências religiosas contra os infiéis ou defensores do Corão, o que talvez pudesse justificar alguma guerra, mas sim uma guerra entre irmãos cristãos.
“Combatei os hereges com mão poderosa e braço firme “ proclamava o papa Inocêncio III , para lançar milhares de cruzados , em 1209, contra os cristãos albigenses do sul de França, tudo com a desculpa de ter sido assassinado o Legado papal Peire de Castelnau , por um escudeiro do Conde de Tolosa.
Quando os cruzados conquistaram Lavour, em 3 de Maio de 1211, Simão Montfort mandou enforcar Aimeric Montreal e mais oitenta cavaleiros. Como o patíbulo ruiu devido ao peso do nobre, mandou degolar os outros . A senhora da cidade ,Guirauda , irmã de Aimeric , foi entregue á soldadesca que depois de abusar dela a lançou a um poço. Nesse dia, 300 a 400 cátaros foram queimados na fogueira, enquanto os seus bens passaram para Simão Montfort. Tudo isto aprovado pela Igreja de Roma que se sentia ameaçada no seu poder ditatorial religioso e temporal e que perdera a guerra contra o Islão quer em Espanha quer na Terra Santa.. Mas há mais exemplos da barbárie contra os cristãos cátaros : Ao iniciar-se o assalto a Beziers, alguns cruzados perguntaram ao Legado papal ( Arnau Amalric) como poderiam distinguir os hereges dos bons católicos que estavam na cidade. A resposta foi mais ou menos assim: mata-os a todos que Deus saberá distingui-los depois.
E afinal de que constava a heresia dos cátaros ou albigenses para se fazer tão cruenta guerra que fora antecedida , é verdade, de uma tentativa pacífica para os converter ?
Os cátaros acreditavam que o homem na sua origem havia sido um ser espiritual e para adquirir consciência e liberdade, precisou de um corpo material, sendo necessário várias reencarnações para se libertar. Acreditavam na existência de dois deuses, um do bem (Deus) e outro do mal (Satã), que teria criado o mundo material . Não concebiam a ideia de inferno pois no fim o deus do Bem triunfaria sobre o do Mal . Praticavam a abstinência de certos alimentos como a carne e tudo o que proviesse da procriação. Jejuavam antes do Natal, Páscoa e Pentecostes, e não matavam qualquer animal. Os crentes tinham um ofício divino onde dividiam o pão entre si mas não considerando esse pão o corpo de Cristo.
A Igreja Católica estabeleceu a repressão às heresias através de concílios, exigindo que o poder secular participasse do processo. Desta forma, através do estudo do cânone 27 do III Concílio de Latrão (1179) e do cânone 3 do IV Concílio de Latrão (1215), verificar-se-á os princípios adoptados pela Igreja Católica para reprimir a heresia cátara e percebe-se a necessidade que a Igreja Católica tinha de a eliminar , pois esta ameaçava seu poder. A Igreja só poderia manter-se no poder com a certeza de que era a única e verdadeira herdeira de Cristo e de que passavam por ela os caminhos que levavam á salvação.
Embora seja impossível nesta curta mensagem explicar tudo aquilo que era considerado heresia, podemos ainda dizer que os cátaros eram acusados de abalarem a ordem social existente e de aspirarem à destruição da sociedade medieval.(Leia-se poder temporal do Papa e do Rei de França) Renunciavam aos bens materiais pregando o retorno ao cristianismo primitivo.
Mas voltemos ao quinto mandamento que é o título da mensagem.
Dizem os teólogos católicos : “Só Deus é senhor da vida humana. Os homens devem respeitá-la. Matar voluntariamente um ser humano é pecado, quer seja por homicídio, eutanásia, violência, guerra injusta , roubo, herança ou aborto. É também pecado contra o quinto mandamento: odiar, guardar rancor, inimizade, desejar o mal, insultar.
O que é próprio do cristão é amar, porque Deus é amor. Se aprendermos a amar, não nos custará perdoar de coração quando alguém nos ofende. Isto não impede o direito e o dever da pessoa e da sociedade à legítima defesa. Por isso, as autoridades legais podem impor justas penas aos agressores e inclusive, como em alguns países, matar em caso de extrema gravidade, esgotados todos os meios que seriam mais conformes com a dignidade da pessoa humana. “
Estou a lembrar-me do assaltante de uma escola nos EUA que ameaçava matar mais alunos além dos que já tinha ferido mortalmente e que acabou por ser abatido por um atirador especial da polícia, isto para já não falar de outros casos semelhantes que são do domínio público.
Será que com o que acabei de transcrever os teólogos se contradizem ? Continuemos a ouvir a opinião deles:
“Por que é que a legítima defesa de pessoas e de sociedades não vai contra o quinto mandamento ?
Porque com a legítima defesa se exerce a escolha de defender e valorizar o direito à própria vida e à dos outros, e não a escolha de matar. Para quem tem responsabilidade pela vida do outro, a legítima defesa pode até ser um dever grave. Todavia ela não deve comportar um uso da violência maior que o necessário. Neste caso está a defesa armada de um povo quando, sem motivo, é atacado por outro.”
No que respeita ao aborto o tema é muito polémico e a posição da Igreja continua a não ser uniforme ou concordante. Sobre este tema , o Prof de Teologia e Ética da Marquett University, Dr Daniel Maguire diz o seguinte:
“Na igreja católica não há uma só doutrina vigente sobre contracepção e aborto. No entanto, a mais conhecida é a doutrina conservadora defendida pelo Papa, por muitos membros da hierarquia e, também, por uma minoria significativa de teólogos católicos. Esta doutrina insiste em afirmar que todos os meios de contracepção artificial e o aborto são contra as leis de Deus …….. Se houver um crescimento excessivo da população, a natureza nos matará de fome, doença ou por uma destruição ambiental, como ocorre em muitas partes do mundo. A alternativa a estes males é o planeamento familiar…….Num mundo perfeito, onde os métodos contraceptivos estivessem à disposição de todas as pessoas; onde mulher e homem fossem educados e se respeitassem mutuamente; onde a pobreza não causasse danos à vida, neste tipo de utopia o aborto seria muito raro. Porém o nosso mundo não é uma utopia. Num mundo onde há gravidezes não desejadas e não planeadas, uma mulher deveria poder abortar por razões sérias e sãs……..Em todas as maiores religiões do mundo isto é possível e aceitável. Em meu último livro SACRED CHOICES: The Right to Contraception and Abortion in Ten World Religions (Fortress Press, 2001) (Escolhas Sagradas: o direito à contracepção e ao aborto em dez religiões do mundo) demonstro como todas as maiores religiões do mundo - incluindo o catolicismo - reconhecem a fecundidade como uma benção que pode ser também um castigo. Todas estas religiões têm perspectivas conservadoras sobre o planeamento familiar, tanto quanto a católica. Mas de mesmo modo convivem perspectivas mais moderadas que permitem a contracepção e o aborto quando necessário…..”
Como se pode verificar e também relativamente ao aborto ,nas diferentes correntes cristãs não há uniformidade de ideias quanto ao mandamento NÃO MATARÁS.
Se entrarmos no tema da eutanásia então o problema é ainda mais complicado com as diferentes Igrejas cristãs a terem pontos comuns e de divergência, mas vejamos só o catolicismo romano que foi a confissão religiosa que mais estudou a questão da eutanásia, ou, pelo menos, a que mais publicou directrizes a respeito; O documento mais completo é a Declaração Sobre a Eutanásia (5-5-1980), da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé. Nesse documento pode ler-se: "Por eutanásia, entendemos uma acção ou omissão que, por sua natureza ou nas intenções, provoca a morte a fim de eliminar toda a dor. A eutanásia situa-se, portanto, no nível das intenções e no nível dos métodos empregados". A eutanásia é considerada uma "violação da Lei Divina, uma ofensa à dignidade humana, um crime contra a vida e um atentado contra a humanidade". Outro documento , de João Paulo II (1995) , é a Carta Encíclica Evangelium Vitae. Mantendo a argumentação anterior coloca o problema como sendo "um dos sintomas mais alarmantes da ` cultura da morte' que avança, sobretudo, nas sociedade do bem-estar, caracterizadas por uma mentalidade da eficiência que faz aparecer demasiadamente gravoso e insuportável o número crescente das pessoas idosas e debilitadas. Com muita frequência, estas acabam por ser isoladas da família e da sociedade, organizada quase exclusivamente sobre a base de critérios de produtividade, segundo os quais uma vida irremediavelmente incapaz não tem mais nenhum valor" A doutrina católica tradicional reconhece que o sofrimento, embora possa ser integrado no mistério da morte e ressurreição de Cristo, pode também ser fútil e nocivo . Os esforços por manter a vida física podem legitimamente cessar quando a continuação da vida biológica faz com que se deteriore, em vez de promover, a integração espiritual e moral da pessoa.. Dos documentos mais antigos aos mais recentes, há uma evolução no modo de interpretar o sofrimento e propor normas morais. A Declaração sobre a Eutanásia, de 1980, dialoga melhor com a racionalidade científica, reconhecendo que em ambos os lados existem convicções sérias e conscienciosas.
No entanto no quinto mandamento está apenas escrito NÃO MATARÁS sem a condicionante A NÃO SER QUE ….. . Grande dilema este !.
Sem comentários:
Enviar um comentário