26.7.10

VULCANISMO na ISLÂNDIA

Já noutro local deste blogue se falou de vulcões e de como eles se encontram distribuídos pela superfície da Terra, associados aos limites das placas litosféricas, numa simples abordagem da Tectónica de Placas. Contudo alguns vulcões não estão associados aos limites de placas, sendo designados por de intra-placa , como é o caso dos vulcões havaianos no interior da Placa Pacífica e que são alimentados por um ponto quente ou hot spot.
O que hoje vamos referir é o vulcanismo da Islândia que, há meses, tantos problemas criou à navegação aérea de todo o mundo , pelas cinzas que lançou a grande altura. A Islândia é uma ilha toda ela constituída por planaltos de lava expelida através de crateras fissurais e umas poucas crateras clássicas de forma circular. O complexo vulcânico da Islândia tem cerca de 100.000 quilómetros quadrados e a rocha predominante é o basalto.
Em virtude da sua posição relativamente à Dorsal Atlântica, a Islândia está em expansão territorial , devido ao constante crescimento dos fundos oceânicos para um lado e outro da crista .(rever o tema tectónica de placas na etiqueta Geologia). Pelo que dissemos, as rochas mais antigas com cerca de 15 milhões de anos situam-se nas zonas extremas ocidental e oriental que não têm actividade vulcânica. A actividade actual limita-se á parte central da ilha que está situada sobre a crista média atlântica. Como consequência desta emissão vulcânica, tipo explosivo de cinzas vulcânicas, foram dias de espera nos aeroportos. O caos ficou instalado no Norte da Europa e afectou o resto do continente. Este foi o cenário mais visível ou mediático como consequência da erupção do vulcão do glaciar Eyjafjllajokull, no Sul da Islândia. No entanto, a actividade do vulcão poderá ter afectado também a saúde pública dos islandeses e também de populações de mais longe e trazer perigos geológicos.A cinza criada pela erupção do vulcão islandês é muito densa. Segundo Teresa Ferreira, investigadora do Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos (CVARG) da Universidade dos Açores, ainda é muito cedo para saber as reais consequências. “Tudo aquilo que se possa dizer é muito especulativo, porque o vulcão pode mudar de características – dependendo da duração da erupção e da sua intensidade”. Embora a actividade seja num local pouco povoado, as cinzas depositam-se em áreas de cultivo o que levou à evacuação da população local. “A inalação de enxofre é muito prejudicial para a saúde pública” .Ainda em termos locais, "o degelo do glaciar leva ao aumento dos caudais nos rios" e, consequentemente, a "danos nas pontes". Esta é “uma erupção subglaciar com características hidrovulcânicas e a sua maior explosividade resulta da erupção do magma quente com a água – o que leva à fusão do gelo do glaciar”. A página do CVARG sublinha que nas regiões vulcânicas activas, os gases dissolvidos no magma libertam-se para a atmosfera quer durante as erupções, quer em períodos de repouso como aqueles que se vivem actualmente nos Açores. Os gases libertam-se à superfície em locais bem definidos como, por exemplo, ao nível das plumas eruptivas, lagos ácidos, lagos de lava, fumarolas e nascentes, ou de um modo difuso, imperceptível e contínuo, através dos solos e de nascentes de água termal ou fria gaseificada.

Um especialista islandês garante que a erupção do vulcão da Islândia terá parado, sendo que, actualmente, a cratera expele apenas vapor de água, representado pelo fumo. Ainda assim, a declaração não é unânime, com alguns peritos a alertar que é necessário esperar mais algum tempo para ter a certeza do fim da actividade do vulcão.
De acordo com o vulcanólogo João Luís Gaspar, em declarações à TSF, ainda é cedo para se garantir que o vulcão voltou a adormecer, apesar de, «, o tremor vulcânico que se fazia sentir na zona ter baixado progressiva e significativamente, assim como o índice de explosividade e as nuvens que se vêem a partir da cratera serem essencialmente constituídas por vapor de água».
«Saber se este é o fim ou não da erupção vai obrigar a que aguardemos mais alguns dias»,
considerou o vulcanólogo português quando deu a referida entrevista «Lembro que este aparelho vulcânico já entrou em actividade há algum tempo, a sua actividade decresceu, pensou-se mesmo que tinha terminado, mas depois começou com mais violência», alertou ainda o especialista.


Em tempo geológico , a acalmia que se regista até hoje nada significa, e como a dinâmica interna do nosso planeta continua, tudo pode acontecer de um momento para o outro.

Terminamos com um mapa da crista média atlântica onde se regista a localização da Islândia.

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