Se eu tivesse escrito esta mensagem há uma dúzia de anos, diriam que estava maluco ou que era visionário ; a verdade é que o avanço da nanotecnologia ( ver este título na etiqueta cultura geral ) nos permite hoje afirmar que o papel pode ser a futura fonte de energia para a enorme quantidade de produtos electrónicos usados no dia a dia. Tal como os plásticos desencadearam uma revolução no fabrico de materiais ,uma nova fonte de energia ,obtida por nanotubos de carbono separados por celulose ,está a revolucionar a alimentação de equipamentos que vão dos iPhones aos marca-passos para as pessoas cardíacas. Robert Linhardt do Rensselaer Polytechnic Institute (RPI), em Nova YorK , afirma : Já construímos uma bateria de papel, um super condensador e um dispositivo híbrido, que poderiam ser usados numa variedade de aplicações de armazenamento de energia . Esses dispositivos são leves e flexíveis e compostos por papel celulósico , um material biocompatível e que não agride o ambiente. Foi produzido em colaboração com três outros laboratórios do RPI e funciona ao utilizar a celulose para separar nanotubos de carbono , alinhados uns com os outros e funcionando como eléctrodos. Fabricados os nanotubos de carbono , a celulose é dissolvida num electrólito, conhecido como sal líquido, e derramado na bateria de papel. Após a secagem o resultado é uma fina folha de papel nanocomposto que pode ser enrolado, torcido, dobrado . Além da flexibilidade, a bateria de papel também pode ser cortada ou empilhada , diminuindo ou aumentando a capacidade de carga. Separar nanotubos de carbono com celulose dá origem a um papel preto que funciona como super condensador de escala comercial ; se os nanotubos forem separados de uma camada de lítio laminado, obtém-se uma bateria de longa duração, num papel negro de um lado e cinzento do outro. Linhardt continua a explicar : os nanotubos de carbono onde a celulose é colocada fazem um contacto com o papel ao nível molecular e numa enorme área , permitindo que o dispositivo armazene e liberte energia com eficiência ;e já estamos interessados na possibilidade de criar desfibriladores em papel , tipo descartável , como suporte médico imediato. Como a imaginação humana não fica parada, pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, descobriram como fabricar baterias muito leves utilizando as nano estruturas de celulose de uma alga do género Cladophora , já que estas algas tem uma enorme área superficial na sua nano estrutura porosa, comparativamente com a celulose das plantas terrestres usadas no fabrico do papel. Esta nova bateria é constituída por uma nano estrutura de celulose das ditas algas ,recoberta por uma camada de polipirrol, com 50 nanómetros de espessura. Estas baterias armazenam 600 mA por centímetro cúbico e devido ao seu reduzido peso, comparativamente às baterias de lítio, talvez venham a ser a solução para armazenar a energia dos automóveis totalmente eléctricos.
Um Parêntesis
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*Hoje vou fazer um parêntesis nesta série de publicações que temos vindo a
fazer sobre a quinta, suas plantas e seus animais. * *[image: Posted by
Picasa]*...
1 comentário:
Na realidade, amigo e Professor Nogueira, o mundo tem sido assaltado por imensas novidades cientificas que custam muito a acreditar !
Grato por mais este seu artigo, muito bem desenvolvido.
Mário de Portugal
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