O professor podia usar outros materiais para o ensino da escrita, como placas de barro cozido ou ardósia, mas quase nunca o papiro por ser muito caro.
A leitura era muito difícil dada a inexistência de espaços entre as palavras ou de sinais de pontuação. Os alunos liam em voz alta e decoravam textos poéticos , obras de Homero, máximas dos Sete Sábios , poemas de Hesíodo e preceitos de Quíron. Nesta primeira fase a matemática limitava-se ao cálculo, por vezes com a ajuda de um ábaco. Aprendiam a tocar lira ou flauta para acompanhar o recitar dos poemas.
Neste pedaço de vaso grego vê-se , da esquerda para a direita, o aluno (em pé)a aprender a tocar flauta, depois a aprender a escrever. A figura à direita é o pedagogo; penduradas na parede uma flauta e uma lira. Tal como hoje ,a ida à escola era uma obrigação pouco grata para os jovens, pois se deslocavam para ela muito cedo, no inverno ainda de noite, com o pedagogo a iluminar o caminho com uma candeia. De tarde havia nova sessão de estudo, isto todos os sete dias da semana , excluindo os raros dias festivos .A metodologia era quase inexistente sem atender à idade e mal aprendiam a conhecer as letras já eram obrigados a decorar textos. O ensino secundário, dos 14 aos 18 anos, desfrutava de maior consideração, com o professor (gramanatikos)a ensinar literatura de Antifonte, Demóstenes, Eurípedes,etc. Aprendiam também matemática , geometria, aritmética . música e astronomia . Estes professores eram muito considerados e solicitados por todas as cidades. Além das disciplinas atrás citadas era dada pelo paidotribos a educação física que incluía a luta ,a corrida, o salto e o lançamento do disco e do dardo. Isto tudo correspondia ao ideal de uma educação integral ou universal, aquilo a que os gregos chamavam enkyklios paideia . Finalmente, aos 18 anos ,o adolescente atingia a idade de efebos e começava a formação de cidadão grego .Esta consistia numa espécie de serviço militar que durava dois anos, a efebia, durante a qual os efebos viviam em comunidade e aprendiam o manejo de armas e estratégia para defesa da sua cidade.Também assistiam às palestras e conferências de sofistas, leitores , oradores e professores. Aos vinte e um anos atingiam a idade adulta.Em Esparta as raparigas praticavam ginástica e, mais tarde, no período helenístico, em cidades como Quios e Teos, podiam assistir às palestras e aprendiam a ler e a escrever.

2 comentários:
Meu caro Professor, como sempre, mais uma das suas belas crónicas !
Parabéns por ela.
Seu amigo
Mário
bela bosta
Enviar um comentário