1.6.08

ENERGIA NUCLEAR

CHERNOBIL o acidente nuclear mais importante da história.
Agora que os preços dos combustíveis fósseis sobem em flecha,volta a falar-se na energia nuclear como solução alternativa para a crise energética ,pelo que será bom não esquecer Chernóbil. As vítimas mortais da energia nuclear não foram só as que resultaram da explosão de duas pequenas bombas atómicas sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasaki, durante a 2º guerra Mundial, mas também as que resultaram de acidentes com reactores nucleares de uso civil. O mais grave acidente com reactores nucleares ocorreu na Ucrânia, em 26 de Abril de 1986, com uma fuga radioactiva cujo impacto se repercutiu em toda a Europa. O acidente deu-se no reactor nº4 do complexo de Chernóbil, durante um simulacro de falha de corrente eléctrica na central. Para este simulacro baixou-se ao mínimo a potência do reactor e desligaram-se os sistemas automáticos de protecção para que o computador não " percebesse" que devia parar a reacção em cadeia. Com a actividade do reactor reduzida ao mínimo, para evitar que parasse, foram retiradas manualmente as barras de cabeça de grafite que o controlavam. Das 170 disponíveis, deveriam ter ficado 30, por uma questão de segurança mas ,com a pressa em realizar o teste, ficaram apenas oito. Contra o esperado, o reactor sobreaqueceu rápidamente e, quando o pessoal se apercebeu da falha,já era tarde. O núcleo do reactor explodiu, provocou um incêndio e começou a espalhar-se no ar uma fumarada radioactiva. Os bombeiros reagiram rápidamente, mas era uma catástrofe gigantesca; poucos dias depois tinham morrido 31 pessoas, não só devido ao incêndio mas também à forte radiação, 300 vezes maior que a da bomba atómica sobre Hiroxima. Perto de 200.000 tiveram que ser evacuadas da região e, numa área de 4 Kms os pinheiros adquiriram uma estranha luminiscência dourada. Não só o solo ficou contaminado ,como a núvem radioactiva levou partículas letais até zonas distantes na Alemanha e Suécia ,onde aumentou o risco de cancro . O reactor nº4 acabou por ser selado num túmulo de cimento,aço e chumbo mas de entre os bombeiros, operários e voluntários que trataram do assunto , a maioria morreu com cancro da tiroide. Cerca de 500.ooo pessoas estiveram expostas á radioactividade de Chernóbil daí que, anos mais tarde, o número de vítimas mortais devido a cancro tivesse aumentado em mais 10.000. A Greenpeace afirma que até 2021 podem morrer 67.000 pessoas como consequência deste desastre nulear.



Energia nuclear em Portugal? Sim ou não ?


Esqueçamos Chernóbil e pensemos racionalmente: A energia nuclear é a solução para a dependência energética do país? Claro que não! Não é de energia eléctrica que somos dependentes, embora em anos de seca a importemos ou se acabe por queimar carvão ou gás para a obter. O maior consumo energético é o dos transportes ( 34% contra 19% para uso doméstico). Como os transportes usam, na quase totalidade, petróleo e derivados, não é de energia eléctrica que precisamos mais, logo não há necessidade de centrais atómicas. A energia nuclear fica mais barata ao país! Não é verdade! Para além dos custos da construção e manutenção de uma central nuclear, há ainda a ter e conta o seguinte: custo do seu desmantelamento , no final da vida útil ; custo do armazenamento , com alta segurança, dos resíduos radioactivos da laboração, durante milhares de anos. A isto deve somar-se o preço da água de refrigeração dos reactores e a sua qualidade quando devolvida ao meio ambiente .A energia nuclear é uma energia limpa. Êrro enorme pois, como sabemos, ainda não há tecnologia para tratar os residuos nucleares que têm de ser armazenados. Quem já se esqueceu do problema da Espanha que desejava fazer o depósito destes materiais numa gruta de Aldeadavilla, próximo a Miranda do Douro e que só não foi avante por revolta das populações locais. A energia nuclear é segura. Não existem garantias de tal, pois pode acontecer um acidente natural (terramoto) na central, ou um acto terrorista, e teríamos um novo Chernóbil. Não podemos desrespeitar o compromisso de Quioto. Um país com a nossa dimensão, geográfica e industrial, não necessita de energia atómica. Rico em sol, vento, marés,ondas, floresta e seus resíduos, pode e deve investir em energia solar,biodiesel, biomassa e outras formas de energia limpa. A Noruega, um país pequeno ,rico em petróleo, apostou nas energias renováveis.

Por que será que Portugal não faz o mesmo ? Mas há mais ! A TVI, no seu noticiário de 5 de Dezembro de 2007, mostrou um automóvel vulgar, movido a electricidade de baterias que percorria 100 Kms pelo preço de 1,5 Euros e era carregado numa simples tomada de nossas casas. Também em Coimbra circula um autocarro de 15 lugares, fazendo o circuito entre a baixa da cidade e a Universidade, na zona alta, movido a baterias. Além de silencioso não é poluente. Por que será que a indústria automóvel não utilisa e melhora este tipo de motores ? Apenas nos ocorre uma resposta: a indústria automóvel é dominada ,no campo da investigação e inovação, pelos petrodólares.

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