1.5.08

O TEMPO


Reflectindo sobre o Tempo!
Sentado na sala de espera de um consultório médico, folheava uma revista quando se me deparou um artigo sobre o TEMPO. Como este, naquela sala, parecia não querer passar, fui lendo o artigo em questão mirando, de soslaio, o relógio no alto da parede. Recordei que Einstein, em 1905, mostrara que o tempo estava ligado ao espaço e que a sua medida dependia do observador. Será que o tempo não existe e que não passa de uma ilusão da nossa mente ? Antifonte que viveu no séc V antes de Cristo, já tinha afirmado :" o tempo não é uma realidade, mas um conceito ". Também Parménides, um século antes, dizia que o tempo era uma ilusão. Santo Agostinho escreveu :" se ninguém me perguntar, sei o que é o tempo ,mas quando me perguntam não sei o que responder."Pelo seu lado, o Prémio Nobel da Física,Richard Feynman afirmava: " nem me perguntem! É demasiado difícil pensar no assunto ." É verdade que podemos verificar o tempo nos nossos relógios, mas não podemos observá-lo, nem sujeitá-lo a qualquer experiência e, numa perspectiva física o tempo é a quarta dimensão. Recordemos que a posição de um objecto exige, para além das três coordenadas espaciais ( latitude,longitude e altitude )que se saiba a temporal, da mesma maneira que, ao combinar um encontro com uma pessoa, temos de lhe dizer , para além do local, a hora do encontro. Albert Einstein afirmou que o passar do tempo dependia da velocidade com que o observador se deslocava. Assim,qualquer tipo de relógio que esteja em movimento, atrasa-se em relação aos que permanecem em repouso. A sorte que eu tinha em aquela sala de espera não estar a bordo de uma nave espacial , pois teria o relógio a andar mais devagar e a ter de esperar mais pela consulta. Querendo ser pragmático ,pensei que o tempo era aquilo que o relógio marcava, mas, ao comparar o meu com o do consultório, verifiquei que havia um minuto de diferença. Qual dos dois estava certo ? Qual se adiantava ou atrasava ? Claro que estava a partir do princípio que existe um tempo absoluto, mas como podia afirmá-lo se não é possível medi-lo com precisão? Negar o tempo absoluto exige que se neguem as leis de Newton sobre o movimento, mas Einstein conseguiu fazê-lo. Lembrei-me então dos buracos negros em que, qualquer corpo que caísse na sua direcção iria tendo uma velocidade cada vez menor.( ver postagem de 16/3/08 neste blog) No interior de um buraco negro, um relógio não contaria nada,o tempo não existiria. Lembrei-me a seguir das aulas de Física ,na Universidade, e da Teoria Quântica em que o tempo não tem significado e até pode andar para trás. Quando me dispunha a analisar a possibilidade do tempo andar para trás e de regressar aos tempos em que não necessitava de médico, fui chamado para a consulta, levando no pensamento Julian Barbur que afirmara : "as dores de cabeça que este tipo de questões me provocam "ou como diziam os meus alunos , " demasiada areia para a minha camioneta ".

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