8.1.08



QUANDO A ARQUITECTURA IMITA A NATUREZA
Leonardo da Vinci dizia,há já cinco séculos, que "na Natureza tudo tem uma razão de ser" e depois disso,artistas e também arquitectos, inspirando-se nos seres vivos, fizeram obras magistrais.


Se observarmos a imagem ao lado ,da catedral inacabada da Sagrada Família, em Barcelona e obra do falecido arquitecto GAUDI, veremos colunas imitando ramos de árvores ramificados ,suportando o teto da catedral. É preciso dizer que copiando os seres vivos,arquitectos e engenheiros possuem uma fonte inesgotável de inspiração estéctica, mas não só, descobrem também uma organização da matéria e de formas que ultrapassam , de longe, as suas próprias capacidades de cálculo e inspiração e tudo porque o ser vivo levou milhões de anos para optimizar a sua adaptação ao meio ambiente.


Então por que não beneficiar deste caminho já percorrido e ter conhecimentos estruturais,morfológicos e técnicos inéditos ? Esta corrente de ideias é conhecida por " biomimetismo " e para Alexis Karolides o biomimetismo deve ser um aliado incontornável porque a natureza já emendou um grande número de êrros antes de nós; ela foi capaz de construir em grande escala com eficácia, sabendo economizar energia utilizando fontes locais biodegradáveis,sem esquecer o uso de materiais não tóxicos. Fica por saber se a transposição natureza arquitectura trará sempre vantagens no que concerne á fonte de inspiração, porque por detrás dos projectos em curso subsiste uma pergunta : Poder-se-á passar tão facilmente do microscópico da Natureza ao gigantismo de certas realizações humanas? . A maior parte dos gabinetes de arquitectura dizem que sim, prometendo no futuro belas perspectivas arquitectorais.


Podemos dar como exemplos o imóvel em Harare (Zimbabwe) ,na foto ao lado, construído em torno de um grande pátio, contendo 48 chaminés que ventilam refrescando o ar sem recorrer a energia de qualquer espécie, copiando no fundo o arejamento natural de um termiteiro, que como se sabe é um enorme formigueiro cujo interior é arrefecido por dezenas de canais que ligam a grande cavidade interior ao exterior . Este arrefecimento processa-se naturalmente como acontece nas chaminés. Outro exemplo é o de um prédio australiano cuja fachada oeste está recoberta de estores em madeira.
Esta ideia foi baseada na casca de uma árvore que isola os tecidos internos da planta.Também este sistema usado no edifício o isola do vento e do sol tão quentes no território australiano.
Também em Londres foi construída uma torre cuja estrutura foi baseada no sistema de esqueleto de uma esponja cuja rigidez é dada pelas espículas que recobrem o interior da parede desse animal.

O futuro estádio olímpico em Pequim ,na República Popular da China, tem um curioso sistema de iluminação natural,ventilação e proteção aos ventos, baseado, por incrível que pareça, num ninho de ave. Não se trata de loucura arquitectónica, mas sim a aplicação do biomimetismo. Quem diria que os dinossauros,ou os seus ossos fossilizados,estavam também a ajudar os engenheiros de pontes. É o caso do Diplococos, aquele dinossauro de pescoço comprido e de uma cauda muito longa que para além de sólida apresentava uma flexibilidade notável. Com efeito o animal chegava a elevá-la no ar e a bater com ela no solo como se de um chicote se tratasse., facto surpreendente quando se sabe que este apêndice media 30 metros. Foi estudando a estrutura óssea da cauda que o gabinete de arquitectura Maks Barfield projectou uma ponte em arco com 200 metros de comprimento.


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GRAVIDADE ( a sua natureza)


Gravidade é a atracção entre dois corpos,todos o dizem e até aqui, nada a opor. Mas por que existe esta fôrça atractiva ? Newton ,o criador da Lei da Atracção Universal, não se atreveu a emitir uma explicação para a sua existência. Foi preciso esperar pelo sec. XX para que Einstein desse uma resposta satisfatória através da Teoria da Relatividade : a gravidade é a consequência de uma deformação do espaço-tempo,por um qualquer objecto provido de massa. Dito isto,adeus força á distância de Newton que tinha levado ao esquecimento os turbilhões de Descartes. Este último imaginara os astros envolvidos de correntes circulares de éter,uma substância imperceptível mas omnipresente no Universo. Nesta visão das coisas,o movimento dos planetas era regido por contactos que equivaleriam às engrenagens de um relógio mecânico. Isto fora afirmado antes de Newton , no séc XVII, ter provado que o éter não existia e que a Lua caía em direcção á Terra da mesma maneira que um objecto cai em direcção ao solo, com apenas uma diferença : a Lua devido á velocidade de translação em volta da Terra fica sujeita a uma fôrça centrifuga que compensa a acção exercida pelo nosso planeta e a mantém assim em órbita. Mas muitas questões ficavam em aberto : Que tipo de força atrai os corpos entre si ? ;Como age ela á distância no vazio e......instantaneamente ?


Em 1905 Einstein provou que a velocidade da luz (300.000 kms/seg) é inultrapassável e que por isso o conceito de instantâneo não existe, pelo que a gravidade não actua instantaneamente, como pensavam . A noção de força é também afastada ao apresentar em 1916 a sua teoria da relatividade e daí concluir que os planetas tinham trajectórias curvas, não por estarem sujeitos a qualquer fôrça, porque eles não se movem num campo gravitacional, mas sim moverem-se num espaço-tempo deformado pela proximidade de uma grande massa,como por exemplo uma estrêla. Normalmente é costume ilustrar esta ideia,através de um pêso que deforma uma rêde elástica,sobre a qual é colocado. Assim, num espaço-tempo curvo ,qualquer trajectória tem de ser curva. Desde esta altura não se pode dissociar a gravidade da matéria : ela própria dita ao espaço-tempo a maneira de se deformar e esta última dita á matéria a maneira de se deslocar. Sob este ponto de vista a gravidade é um aspecto da geometria do espaço-tempo.








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