14.7.11

DACENTRURUS

Deve-se ao geólogo Dr Galopim de Carvalho a “dinossauromania “ que apareceu em Portugal nos anos da década de 80, do século passado. Como também fomos contagiados. aqui vai o que sabemos sobre um réptil do passado, pouco falado.

O Dacentrurus (Dacentrurus armatus) foi uma espécie herbívora e quadrúpede que viveu no fim do período Jurássico. Media cerca de 4,6 metros de comprimento e 1,8 metros de altura, tendo vivido na França, Inglaterra, Espanha e Portugal.

Era um dinossauro de tamanho médio, pertencente ao grupo dos estegossauros, tendo sido classificado como Omosaurus, e só mais tarde como Dacentrurus. Este dinossauro, à semelhança dos restantes estegossauros, possuía um par de fiadas de placas ósseas e espigões ao longo do dorso e da cauda. Há quem afirme que possuiria um grande espigão em cada ombro. Pensa-se que as placas, relativamente frágeis, serviriam provavelmente para ornamentação e regulação da temperatura corporal. Os espigões, presentes na cauda e ombros, poderiam ser usados como armas defensivas contra os predadores.
Em Portugal foram também encontrados fósseis de outros estegossauros, nomeadamente o Miragaia longicollum, descoberto recentemente na zona de Miragaia, concelho da Lourinhã, e o Stegosaurus, encontrado na zona da Batalha. Os ossos fósseis do Dacentrurus armatus podem ser vistos no Museu Geológico, em Lisboa, e no Museu da Lourinhã onde , neste último caso ,integram estudo sobre os ossos de defesa dos estegossauros e anquilossauros
O Museu da Lourinhã e a Universidade Nova de Lisboa, analisaram a microestrutura dos ossos de anquilossauros e estegossauros, e do grupo dos dinossauros couraçados, os tireóforos. Estes animais tinham o corpo com placas e espinhos que serviam para sua protecção. Este estudo, liderado pelo japonês Shoji Hayashi da Universidade de Hokkaido, foi apresentado no congresso anual da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados e vem precisamente abordar a histologia (estudo dos tecidos) e estrutura destas placas e espinhos.

Os ossos do dinossauro Dacentrurus, em exposição no Museu da Lourinhã, foram analisados por uma tomografia axial computorizada e feitos pequenos cortes nos ossos, para se estudar a estrutura interna através de lâminas delgadas dos ossos observadas a microscópio.
Os resultados indicam ainda que os anquilossauros e os estegossauros usaram diferentes estratégias evolutivas para desenvolver armas defensivas.
Os espinhos dérmicos dos anquilossauros e estegossauros são semelhantes na forma geral, mas as suas características estruturais e histológicos são diferentes por possuírem estruturas peculiares de fibras de colagénio nos anquilossauros e fortes espinhos compactos nos estegossauros, o que lhes fornecia suficiente resistência para usá-los como armas defensivas. O colagénio é uma proteína de importância fundamental na constituição dos tecidos, sendo responsável por grande parte de suas propriedades físicas.

2 comentários:

Maria Paz disse...

Acerca dos dinossauros questionava-me eu outro dia: como fazem os cientistas para, com meia duzia de ossos reconstruir todo o animal, respectiva cobertura e cor, e ainda, preferências alimentares, etc.? É muita imaginação? Sabe o professor responder?

Nogueira disse...

Cara Maria da Paz : a reconstituição aproximada do aspecto dos animais envolve várias especialidades, entre elas ,creia, a engenharia, com disciplina parecida coma que permite desenhar arcos de grandes pontes ou conhecimentos de aerodinâmica . Se puder vou tentar fazer um artigo sobre isso. Um abraço

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