Quando se sentar num café ou numa esplanada, num restaurante barato ou de luxo e pedir uma bica, um cimbalino , um café cheio, curto ou comprido, pingado ou não, lembre-se que está a pedir uma bebida com mais de 500 anos e que é considerada uma bebida da liberdade.
Proveniente do Yéman, e tendo como porto exportador a cidade de Moka, o café foi , desde há séculos, adoptado pelos muçulmanos como bebida ideal, dado não ser alcoólica e portanto não ir contra a lei corânica e ainda por ter qualidades estimulantes. Por tal motivo, foi no Oriente que surgiram os primeiros estabelecimentos, exclusivamente para consumir esta bebida.
Já no século XVI, Constantinopla ,Medina, Meca, Cairo ,Damasco ou Bagdad possuíam salões aos quais afluíam só os homens para saborearem a bebida de café e tratar longamente dos negócios. O costume dos homens se reunirem nestes estabelecimentos foi trazido para a Europa, no século XVII, pelos viajantes diplomáticos ou pelos comerciantes que negociavam pelo Império Otomano .
Através de documentos existentes na alfândega de Londres, sabe-se que foi por volta de 1640 que os primeiros sacos de café chegaram aos portos europeus e que , em 1652, se abriu em Londres o primeiro estabelecimento denominado Café. Um ano depois já existiam vários cafés que , como seria de esperar, se convertiam em clubes políticos onde, por vezes, se discutiam os ideais republicanos, num país monárquico.
Curiosamente e contrariando o snobismo inglês, para entrar nesses cafés não era necessário ser rico ou nobre, apenas pagar um “ peni” e ir decentemente vestido. Os clientes, todos homens, dedicavam-se a fumar, degustar café, conversar, ou ler os diferentes panfletos e gazetas. Dadas as diferentes correntes ideológicas que neles se discutiam por vezes havia pancadaria ou duelos , o que foi aproveitado pelos fabricantes de cerveja para solicitarem ao Rei que os cafés fossem fechados.
Deixemos Londres e vejamos o que se passava no resto da Europa : em Paris , na década de 1670, surgiram vendedores ambulantes que ofereciam ,em plena rua, café aquecido num pequeno braseiro. Primeiro era bebido amargo, depois passou a ser adoçado com açúcar e mais tarde misturado com leite. Nos cafés franceses de luxo, como o célebre Procópio, a bebida era servida em taças de prata . Neste café as mesas eram de mármore e havia candelabros e espelhos, sendo proibido fumar ou beber cerveja. As senhoras, acompanhadas por cavalheiros, já frequentavam estes cafés que possuíam esplanadas onde também se serviam gelados e xaropes , podendo-se jogar xadrez ou ler os diversos jornais , tudo em sentido oposto aos cabarés e tabernas , antros escuros e cheios de fumo, frequentados por bêbados e prostitutas.
Foi nestes cafés, espalhados pela Europa , que se discutiu política, filosofia, se conspirou e se mudou muitas vezes o rumo dos países, daí o título deste pequeno apontamento: CAFÉ BEBIDA DA LIBERDADE
Proveniente do Yéman, e tendo como porto exportador a cidade de Moka, o café foi , desde há séculos, adoptado pelos muçulmanos como bebida ideal, dado não ser alcoólica e portanto não ir contra a lei corânica e ainda por ter qualidades estimulantes. Por tal motivo, foi no Oriente que surgiram os primeiros estabelecimentos, exclusivamente para consumir esta bebida.
Já no século XVI, Constantinopla ,Medina, Meca, Cairo ,Damasco ou Bagdad possuíam salões aos quais afluíam só os homens para saborearem a bebida de café e tratar longamente dos negócios. O costume dos homens se reunirem nestes estabelecimentos foi trazido para a Europa, no século XVII, pelos viajantes diplomáticos ou pelos comerciantes que negociavam pelo Império Otomano .
Através de documentos existentes na alfândega de Londres, sabe-se que foi por volta de 1640 que os primeiros sacos de café chegaram aos portos europeus e que , em 1652, se abriu em Londres o primeiro estabelecimento denominado Café. Um ano depois já existiam vários cafés que , como seria de esperar, se convertiam em clubes políticos onde, por vezes, se discutiam os ideais republicanos, num país monárquico.
Curiosamente e contrariando o snobismo inglês, para entrar nesses cafés não era necessário ser rico ou nobre, apenas pagar um “ peni” e ir decentemente vestido. Os clientes, todos homens, dedicavam-se a fumar, degustar café, conversar, ou ler os diferentes panfletos e gazetas. Dadas as diferentes correntes ideológicas que neles se discutiam por vezes havia pancadaria ou duelos , o que foi aproveitado pelos fabricantes de cerveja para solicitarem ao Rei que os cafés fossem fechados.
Deixemos Londres e vejamos o que se passava no resto da Europa : em Paris , na década de 1670, surgiram vendedores ambulantes que ofereciam ,em plena rua, café aquecido num pequeno braseiro. Primeiro era bebido amargo, depois passou a ser adoçado com açúcar e mais tarde misturado com leite. Nos cafés franceses de luxo, como o célebre Procópio, a bebida era servida em taças de prata . Neste café as mesas eram de mármore e havia candelabros e espelhos, sendo proibido fumar ou beber cerveja. As senhoras, acompanhadas por cavalheiros, já frequentavam estes cafés que possuíam esplanadas onde também se serviam gelados e xaropes , podendo-se jogar xadrez ou ler os diversos jornais , tudo em sentido oposto aos cabarés e tabernas , antros escuros e cheios de fumo, frequentados por bêbados e prostitutas.
Foi nestes cafés, espalhados pela Europa , que se discutiu política, filosofia, se conspirou e se mudou muitas vezes o rumo dos países, daí o título deste pequeno apontamento: CAFÉ BEBIDA DA LIBERDADE
1 comentário:
Talvez seja interessante referir que Johann Sebastian Bach compôs uma "cantata" dedicada ao café, a BWV 211 "Die Kaffeekantate".
"Ei! wie schmeckt der Kaffee süße,
Lieblicher als tausend Küsse,
Milder als Muskatenwein ..."
Tradução: "Ai! Que doce sabor tem o café,
melhor ainda que mil beijos,
mais suave que o moscatel ..."
Johann Sebastian Bach - Die Kaffekantate
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