10.1.10

ILUMINAÇÃO PÚBLICA


Quando hoje caminhamos de noite por qualquer rua urbana, não pensamos em como terá surgido a ideia de a iluminar. Alguns saberão que antes da electricidade se usou o gás , o petróleo e até mesmo o azeite, mas muito poucos saberão que a ideia foi de Luís XIV, o rei sol de França. Este rei, de 24 anos e grande amante de festas, em Outubro de 1662 decidiu converter em dia a noite parisiense, com um serviço público de iluminação. O primeiro passo foi criar o Centro de Portadores de Tochas e Lanternas, uma rede de empregados que se situavam em pontos estratégicos de Paris e eram portadores de luminárias a azeite ou a velas de cera e cebo . A sua função era acompanhar os noctívagos a suas casas, iluminando-lhes o caminho, mediante um preço estipulado e dependente da duração do percurso. O serviço teve tanto êxito que, cinco anos mais tarde, o rei encarregou o alcaide da cidade de criar um sistema fixo de iluminação. Foram assim instalados 2.736 candeeiros de vidro, presos às fachadas das casas e à razão de 2 a 3 por rua. Os habitantes de cada rua, em regime de rotatividade, deviam acender e apagar estes candeeiros a azeite e limpar os vidros sujos pelo fumo da chama . Para facilitar a tarefa, essas lanternas subiam e desciam por meio de uma roldana. Se a ideia despertou interesse em Paris , o que dizer de outras capitais onde reinava completa escuridão após o pôr do sol. A iluminação nocturna de Paris fez aumentar o número de pessoas a andar nelas ,com as lojas comerciais,tabernas e cafés abertos até às 22 horas .Podia-se sair para cear ou fazer compras , sem medo dos meliantes que antes actuavam na escuridão. Esta maravilha atraiu inúmeros visitantes a Paris entre 1680 e 1690, principalmente ingleses, tendo assim nascido a ideia de turismo. Se os parisienses , por causa da iluminação, já podiam andar mais tempo na rua, havia ainda o problema dos dias chuvosos que os retinham em casa. Embora em 1677 se tenha inventado o tecido impermeável, foi em 1705 que um fabricante de capas chamado Jean Marius encontrou a solução definitiva criando o guarda-chuva pregueado, muito parecido com os actuais. Como eram muito caros, cerca de 600 € ao câmbio actual, em 1769 a polícia de Paris criou um sistema de aluguer de guarda-chuvas e as pessoas continuavam a sair. Voltando á iluminação , a euforia era tal na luta contra a escuridão que ,nas casas mais abastadas e nos palácios, o número de velas e candieiros aumentou imenso fazendo a noite parecer dia.

Sem comentários:

Arquivo do blogue