20.7.09

PIRILAMPOS

O pirilampo é um insecto da família coleóptera da qual existem cerca de 2.000 espécies conhecidas . A sua característica mais observável é a bioluminiscência, melhor dizendo, a emissão de luz própria de tipo fosforescente, visível a grande distância na escuridão. É uma luz fria , por oposição á luz quente de uma lâmpada onde há libertação de luz e calor. Numa lâmpada a energia consumida é 1o% luminosa e 90 % calórica, enquanto no pirilampo 99% da energia libertada é luminosa. Esta luz é devida a uma sustância denominada luceferina que, em contacto com o ar ou com a água, produz oxiluceferina e uma luz amarela esverdeada. Alguns cientistas pensam que na espécie primitiva , de onde derivaram todas as outras , só as larvas possuíam esta luminiscência como sinal de aviso para os predadores as não comerem por serem tóxicas. Com a evolução, algumas espécies passaram também a ter esta luminosidade na fase de insecto adulto , na zona inferior do abdómen. De espécie para espécie varia a cor da luminosidade, bem como o fluxo luminoso que pode ser contínuo ou em alternância com pausas de escuridão. A frequência das emissões luminosas também varia com a espécie. Assim os machos voadores da espécie Photinus green mostram clarões duplos a cada 3 segundos , enquanto a espécie Photinus ignius tem os relâmpagos a cada 5 segundos. Também a espécie Pyractomena angulata pisca com uma luminosidade alaranjada diferente da vulgar amarelo esverdeada. Estes diferentes sinais dos machos voadores, alertam as fêmeas poisadas nas ervas para um possível acasalamento, mas estas só respondem se a frequência do sinal luminoso emitido pelo macho corresponder ao padrão da sua espécie. O mais curioso é que uma fêmea pode manter esta "conversa luminosa "com vários machos simultaneamente até se decidir por um que ache seja o melhor para fecundar os seus ovos. Os cientistas ainda não descobriram como as fêmeas fazem essa escolha. Em Portugal o período de acasalamento decorre de Maio a Agosto de acordo com a temperatura e a humidade do ar. O único centro português de estudo dos pirilampos situa-se no Parque Biológico de Gaia .

Terminaremos dizendo que este fenómeno da bioluminiscência não é exclusivo dos pirilampos pois também aparece em algas, crustáceos , mexilhões e peixes. e os japoneses já o introduziram em vertebrados geneticamente modificados.

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