9.6.09

Castelo de ARNOIA

Este castelo roqueiro situa-se perto de Celorico de Basto, onde a penedia alterna com o arvoredo. Possui uma volumosa torre virada a sul ,com uma porta alteada dois metros em relação á base do terreiro e uma muralha pentagonal , ondeada de acordo com a sapata natural onde se apoia . Ainda virada a sul e sob a protecção imediata da torre, abre-se a singela porta da muralha. Bastante mutilado por absurdas crenças de "tesouros mouriscos ", este castelo merecia a atenção do poder local, pese embora nunca ter servido para defesa de uma povoação pois foi implantado em local quase inexpugnável e afastado de qualquer burgo , fazendo parte de um vasto plano estratégico de defesa regional. Fundado antes de existir Portugal, terá sido erguido pelos muçulmanos no século VIII. As primeiras investidas da reconquista cristã , no mesmo século , te-lo-ão danificado, sofrendo restauro já sob o domínio dos libertadores leoneses e potucalenses. De pouco interesse depois da reconquista cristã ,foi caindo no esquecimento. Não havendo grandes pormenores arquitectónicos para referir, falaremos de uma lenda.Conta a história que, no tempo do rei D. Dinis, era alcaide do castelo Martim Vasques da Cunha, partidário de D. Afonso , irmão do rei, que com este disputava o trono desde a morte de D: Afonso III .o Bolonhês. Por tal decisão partidária, pedira o alcaide a sua exoneração ao rei, mas D. Dinis recusava-a sempre. Para resolver a situação de maneira honrosa o alcaide ordenou a evacuação do castelo, trancou a porta por dentro, incendiou simbolicamente uma das casas e desceu da muralha dentro de um cesto preso a uma ameia. Como mandavam as regras da cavalaria abandonou o castelo deixando no interior tudo o que era preciso :" galo, galinha, gato, cão, sal, vinagre, azeite , pão, farinha, vinho, água, carne. peixe, ferraduras, cravos, bestas, flechas, ferro, corda, lenha, mós, alhos, cebolas, escudo, lança, espada,carvão, forja, funil, isca, pederneira, e pedras em cima das muralhas." Saíra com honra. O castelo foi , alguns meses depois, entregue a um novo alcaide Pêro Menedez que, segundo a lenda, morreu dentro do forno de cozer o pão da vila, pois se metera com uma jovem padeira viúva e esta , com a ajuda do irmão, assim se vingara. Em meados do século XX o castelo foi classificado como monumento nacional (decreto lei de 15/3/1946). O IPPAR concluiu obras de restauro e consolidação em Janeiro de 2004.


1 comentário:

Ana Ramon disse...

Para quem como eu faz grandes ausências nas visitas aos blogs amigos, entrar no Novas é sempre motivo de pasmo, obrigando a uma rápida olhadela ao relógio para me certificar se tenho tempo disponível para me embrenhar e deliciar nestas leituras.
Realmente é uma pena não conseguir aceder sempre que há uma nova publicação para evitar esta montanha de leituras atrasadas. Mas vou já começar e se não conseguir pôr a leitura em dia, voltarei assim que for possivel para continuar.
Lê-lo é mesmo um grande fascínio.
Um beijinho grande

Arquivo do blogue