E o que fazer com o lixo produzido ? Estima-se que, a nível mundial, sejam quatro biliões de toneladas / ano. A solução não é fácil, pois as lixeiras estão a transbordar, a incineração polui, e a reciclegem é parcial, havendo produtos que pela sua perigosidade têm de ser armazenados e selados e sob vigilância constante. Alguns países optaram pela queima dos lixos urbanos embora saibam que as dioxinas que ela liberta passam para os solos e animais ,entrando na cadeia alimentar humana, sendo um potencial risco cancerígeno. A única vantagem de incinerar seria a produção de energia eléctrica, embora com rendimento aleatório, dada a variedade de produtos a queimar. Uma alternativa é a termólise, isto é, não chegar a queimar, aquecendo os detritos entre 350 e 750 º C, na ausência de oxigénio. Este processo permite que a matéria orgânica se decomponha em gases e matéria sólida. Os gases resultantes, metano e hidrogénio, seriam usados para secar os resíduos sólidos e aquecer as paredes do forno . Os produtos sólidos resultantes são estáveis ,tais como vidro, metais, sais e cinzas. Como o carbono se combinaria com o cloro, não se formariam dioxinas. Por sua vez as cinzas seriam transformadas em coque que é um combustível caseiro. Uma tonelada de detritos dariam 240 Kg de coque. Também a prática de compostar os detritos orgânicos ( restos de comida, vegetais, papeis, e lamas das ETAR ), por acção da fermentação, leva á formação de adubos naturais usados na agricultura. De qualquer forma,uma reciclagem levada ao extremo, tem de ser posta em marcha com a colaboração de todos, evitando-se o excesso de lixo. São recicláveis os seguintes produtos : papel, papelão, tecidos, embalagens, garrafas de vidro ,latas de alumínio , fios metálicos, metais, plásticos( PEAD-PEBD- PVC ), parafusos, pregos, pneus, tintas, tinteiros, óleos usados ,restos da construção civil e restos de alimentos. Não são recicláveis ou só o podem ser por algumas empresas :lâmpadas fluorescentes e de baixo consumo, pilhas eléctricas, electrodomésticos, baterias ,espelhos, cristal , papel químico e metalizado, esferovite e plastificados. Como no nosso país não há um local próprio para recolha de lâmpadas fluorescentes e de baixo consumo, podem as mesmas ser colocadas nos " pilhómetros",dado conterem mercúrio. Esta reciclagem, com separação de materiais, deve ser iniciada em casa de cada cidadão, evitando-se um posterior consumo de energia para o fazer industrialmente. Passando agora para o ar e água teremos outro grave problema com o seu lento envenenamento, provocado pela indústria e agricultura em larga escala.O referido problema é agudizado pela destruição sistemática das florestas tropicais em África e na Amazónia, que são o grande repositório do oxigénio da atmosfera. Para se ter uma ideia da contaminação das águas , já se chegou ao extremo de usar águas dos esgotos para se ter água potável .Isto acontece em Singapura ,usando-se um complicado sistema de membranas osmóticas, obtendo-se no final água isenta de sais minerais, microrganismos, metais pesados, etc, mas ao preço de 1 € o metro cúbico , um pouco mais barato que dessalinizar água do mar.Estão a ser produzidos 100.000 metros cúbicos de água, diariamente, mas que equivalem apenas a 15% das necessidades. Em Vanves, arredores de Paris, está a ser aplicado em passeios e ruas, um betão contendo dióxido de titânio, esperando-se que, por acção dos ultra-violetas da luz solar, este fotocatalizador possa tirar do ar 30% do dióxido de azoto. Tudo está a ser tentado, mas a que preço de energia e da saúde do Homem? A TERRA ESTÁ A MORRER....e nós com ela !
Um Parêntesis
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*Hoje vou fazer um parêntesis nesta série de publicações que temos vindo a
fazer sobre a quinta, suas plantas e seus animais. * *[image: Posted by
Picasa]*...
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