A fotografia mostra um pente e uma peruca usados no antigo Egipto. O cabelo era lavado frequentemente ,usando um pó à base de cinza de vegetais e carbonato de sódio mas, as pragas de piolhos e lêndeas favoreceram o uso de perucas, discutindo-se hoje se , por baixo delas, havia cabelos curtos ou cabeças rapadas.No aspecto meramente estético, abusaram da maquilhagem que teve a sua origem em cerimónias de guerra e caça passando, posteriormente, a conceito de beleza. Para os olhos, criaram uma estética particular, ornamentando-os com traços grossos e largos. Ao princípio, delineavam os contornos com um composto à base de galena(sulfureto de chumbo) que lhes conferia a cor negra ; mais tarde usaram um sombreado verde,extraído da malaquite, para voltar definitivamente à cor negra. O curioso é que esta cor negra das pálpebras e canto dos olhos, acabava por ser uma protecção ao reflexo dos raios solares na areia. A composição da tinta usada era ainda um poderoso antiséptico, evitando as conjuntivites. A indústria de perfumaria foi uma das mais prósperas do Egipto, em parte porque os maiores consumidores eram os sacerdotes que usavam esses produtos nas cerimónias religiosas. Para lá do uso litúrgco e funerário, eram disfrutados pela população para desinfectar as habitações tal, como hoje, usamos as velas aromáticas, os sprays e produtos afins. Se pensarmos um pouco, teremos a explicação para a queima de incenso nas igrejas, de açúcar em quartos de doentes, ou de alecrim quando troveja. Como os romanos copiaram os egípcios, não nos devemos admirar da nossa " idade da borbulha" em que eles e elas passam tempos infindos diante do espelho pois, no fundo, deve ser uma reminiscência de hábitos milenares. Ocorre dizer que o conceito de beleza está hoje a ser mais discutido do que nunca ; as revistas juvenis continuam a passar a imagem habitual de beleza, sendo as raparigas as que mais sofrem com as pressões criadas por esse conceito artificial.
Se elas soubessem o trabalho de maquilhagem a que as modelos estão sujeitas e os retoques posteriores das fotografias, não se preocupariam tanto com o espelho e seriam mais felizes pois, como diz Cláudia Pinange, a beleza de uma mulher não está nas roupas que usa ou na maneira como penteia o cabelo; a verdadeira beleza está refletida na sua alma, no amor pelos outros, na paixão que demonstra. Esta beleza não envelhece, cresce com os anos .A terminar e confirmando que existe a idade da borbulha apresento-vos um quadro de Velazquez intitulado a Venus do espelho.
1 comentário:
Fiquei feliz por usar meu nome amigo.... Fica com Deus
Um abraço verde amarelo
Da Claudia Pinange e do Ronei Lourenzoni
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