Por certo algum dos meus leitores já reparou que, quando se tira a tampa do ralo do lavatório, a água escoa com um movimento giratório. Se pedir a justificação, muitos dirão que é devido á Força de Coriolis , a mesma que obriga as grandes massas de ar a entrar em um forte movimento de rotação, originando os ciclones; estes giram no sentido contrário aos ponteiros do relógio, no hemisfério norte, e no sentido horário, no hemisfério sul. Será que a Força de Coriolis, servindo para os ciclones , serve também para explicar os redemoínhos nos lavatórios? NADA DE MAIS ERRADO ! A massa de água que se escoa e a sua velocidade são tão pequenas que a força de Coriolis é praticamente inexistente. Então a que é devido o fenómeno ? Pura e simplesmente ao movimento que a água tomou no lavatório quando se abriu a torneira. A água , mesmo parada, guarda uma certa quantidade de movimento residual que, apesar de muito pequena, é ainda maior que a força de Coriolis. Faça a seguinte experiência : Em dois lavatórios cheios de água, com o dedo, mexa a água no sentido horário num deles e no sentido anti-horário no outro.Espere que a água esteja completamente parada; com cuidado retire as válvulas na vertical. Verá que a água escoa, em cada um deles, rodopiando em sentidos contrários. Mas vejamos o que é a Força de Coriolis : começaremos por recordar a primeira Lei de Newton, ou lei da Inércia : um corpo não sujeito a uma força, estará em repouso ou em movimento rectilíneo,com velocidade constante. O recíproco também é verdade: um corpo sob a acção de uma força estará em movimento, com velocidade variando de valor, ou de direcção ou de ambas as coisas. Vejamos um exemplo: Uma pessoa que vai num carro que trava subitamente, é atirada para a frente. Que força empurrou a pessoa ? Nenhuma. Simplesmente o corpo da pessoa segue a lei da inércia e, enquanto não surgir uma força em sentido contrário que o impeça,continua para a frente com a mesma velocidade. Coisa semelhante ocorre se o carro fizer uma viragem brusca, provocada por um golpe no volante ou qualquer outra causa, entrando em derrapagem, isto é, saindo da sua trajectório rectilínea original. O passageiro, não estando sob a acção dessa força, tende a continuar a trajectória rectilínea. Como o carro virou, o passageiro é atirado contra a porta. O passageiro parece ter sido atirado por uma força estranha e inexplicável. Dirá mesmo : foi a força centrifuga ! Mas esta força não existe ,dirá alguém que a não sente porque está fora do carro, isto é, do sistema em movimento. A força centrífuga é um exemplo típico de uma força fictícia , como o é a Força de Coriolis que se manifesta em sistemas que estão em movimento de rotação. Imaginemos então a Terra que,como sabemos, está em movimento de rotação. Se fosse disparado um míssel (voando sempre a direito) do equador em direcção ao polo norte, este míssel deslocava-se para a esquerda em relação ao alvo, já que a Terra (com o alvo) estava em movimento para leste, relativamente á trajectória rectilínea do míssel, tal como acontecera com o passageiro dentro do carro em derrapagem. É esta força fictícia que obriga as massas de ar a entrar em rotação originando os ciclones, mas que nada tem a ver com a rotação da água que se escoa do lavatório ou da banheira.
Um Parêntesis
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*Hoje vou fazer um parêntesis nesta série de publicações que temos vindo a
fazer sobre a quinta, suas plantas e seus animais. * *[image: Posted by
Picasa]*...
1 comentário:
Tá meu # bué giro vou fazer a tal experimentadura dos lavatórios
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