Hitler, na sua ambição e levado por ideias genocidas, causou a morte pela fome a milhões de pessoas, no gueto de Varsóvia, na Grécia ocupada e durante o cerco de Leningrado, isto sem esquecer os campos de concentração para os judeus. Na China, entre 1958 e 1961, milhões morreram de fome, consequência das ideias de Mao e do seu plano totalitário comunista, tal como no Cambodja, de 1975 a 1979, durante o sangrento regime dos Kemeres vermelhos liderados por Pol Pot. Estes líderes comunistas inspiraram-se , de certo modo, em Stalin e na sua obsessão de reformar a sociedade sem ter em conta as vidas humanas. Na Etiópia, a fome é um fenómeno recorrente: nos finais do século XIX , uma fome ,provocada pela seca, durou 4 anos e foi acompanhada de epidemias de tifo, cólera e varíola; no século xx, entre 1973 e 1974, faleceram 200.000 etíopes devido a falta de alimentos, crise que, por ser mal gerida, levou a um golpe de estado que derrubou o imperador Hailé Sellasié.Nos nossos dias, são os senhores tribais da guerra que continuam a provocar a fome nesta região. Na década de 80 , vinte países africanos perderam as suas colheitas devido a uma scca que reduziu ao mínimo rios e lagos, provocando um milhão de mortos. A tomada de consciência da comunidade internacional, para estes casos,foi incentivada por iniciativas como o famoso Live Aid protagonizado por cantores e grupos rock. Só o envio massiço de alimentos conseguiu travar a calamidade.
Em 2008, o desvio de culturas cerealíferas para produzir biodiesel e a especulação de preços a esse facto associada, estão a provocar um crescente receio de fome a nível mundial e, neste caso, só o homem é culpado. Há pouco tempo, o Banco Mundial revelou que a crise de alimentos já está a afectar 100 milhões de pessoas, mas, se não for encontrada uma solução rápida, o número poderá atingir 300 milhões. Qualquer leigo na matéria sabe de três soluções para debelar o problema : 1º-Em vez de só enviar alimentos aos países pobres, devem ser fornecidas sementes de elevada produção e melhores fertilizantes. Esta política permitiu ao Malawi duplicar a produção em três anos. 2º- Acabar com o subsídio ao milho para o biodiesel, pois existem plantas não alimentares que servem para o mesmo fim. 3º- A construção de reservatórios de água, nos países mais afetados pelas secas, pode fazer a diferença num ano pouco pluvioso. A ideia de um fundo para tal fim já existe, mas ainda não saiu do papel.
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