29.9.11

PELÁGIO e a reconquista cristã

Mais ou menos no início do oitavo século depois de Cristo , por volta do ano 711, a Península Ibérica foi invadida por hordas de muçulmanos , comandadas por Tarik ibn-Ziyad, o que levou os visigodos cristãos que viviam na Ibéria a recuar para norte, principalmente para as Astúrias que, pelas suas características de altas montanhas escarpadas, colocava grandes dificuldades ao domínio muçulmano. O período entre os anos 711 e 1492 , foi palco da recristianização da região, ocorrendo ,por isso, longo processo de lutas contra os muçulmanos, É durante esta fase que se dá o aparecimento do Reino de Portugal e de diversos outros na Península Ibérica. Chamamos Reconquista Cristã ao movimento cristão que visava à recuperação pelos Visigodos cristãos das terras perdidas para o islamismo .
Os muçulmanos não conseguiam ocupar a região montanhosa das Astúrias onde resistiam muitos visigodos e foi aí que surgiu Pelágio (ou Pelaio) que se pôs à frente dos refugiados, iniciando imediatamente um movimento de guerrilha..A guerrilha tinha, como já dissemos, um objectivo: reapoderarem-se das suas terras e de tudo o que nelas existia. .
Vamos então falar de Pelágio .
Pelágio, ou Pelayo, foi o fundador do Reino das Astúrias e o seu primeiro rei entre 718 e 737.
Dom Pelágio, juntamente com outros nobres Visigodos foram presos em 716, por ordem de Munuza, o governador muçulmano das Astúrias, e enviados para a sede do reino, em Córdova.
Pelágio conseguiu fugir, e voltou para as Astúrias refugiando-se nas montanhas de Cangas de Onis. Em 718, D. Pelágio reuniu um grupo de seguidores e iniciou a resistência ao invasor islamita, inicialmente com escaramuças contra pequenos destacamentos militares das povoações e, mais tarde, em luta aberta.
Em 722, o wali Ambasa enviou um grande contingente militar contra os resistentes de Pelágio. Este acabou por vencer nas altas montanhas de Covadonga. Esta batalha é considerada como o ponto de partida da reconquista cristã.
Após esta vitória, o povo asturiano uniu-se e rebelou-se provocando muitas baixas entre os mouros. O governador, Munuza, organizou outra força para confrontar o exército rebelde. mas Pelágio venceu novamente e Munuza morreu. Pelágio foi aclamado rei e fundou então o Reino das Astúrias instalando a, sua corte em Cangas de Onís.
Com o reino consolidado, D. Pelágio, veio a falecer de morte natural em Cangas de Onís, no ano 737. Foi sepultado na igreja de Santa Eulália de Abamia, próxima a Covadonga que ele havia fundado. Nesta igreja ainda existe o dólmen sob o qual ele foi inicialmente sepultado. Posteriormente seus restos foram trasladados por Alfonso X para o Santuário de Covadonga. ( ver foto ao lado) De sua mulher Gaudiosa, teve Fávila, seu sucessor no trono, e Ermesinda, que viria a desposar D. Afonso I, de Astúrias, filho de Pedro, duque da Cantábria. As altas montanhas desta zona asturiana são designadas de PICOS DA EUROPA.

1 comentário:

alcino castro disse...

Boa Tarde Joaquim Nogueira. Vamos ver se as novas tecnologias me vão ajudar! O meu nome é Alcino Castro natural e residente em Cabeceiras de Basto, distrito de Braga. O que me motivou a enviar este email, centra-se no facto de que gostava que me ajudasse a estabelecer um paralelo entre a figura de D. Pelágio e a de Hermigio Romarigues (habitualmente designado de "O Basto"). Pressumo que este guerreiro tenha lutado ao lado de D. Pelágio nas lutas contra os muçulmanos durante a reconquista crista. Em sua honra o primeiro Rei das Astúrias terá mandado fazer várias estátuas de pedra em sua honra (a de Hermigio Romarigues, sendo que atualmente se conhecem duas, uma das quais está no centro do concelho de Cabeceiras de Basto. Gostaria de solicitar apoio bibliográfico que sustente esta minha teoria. Agradeço qualquer contributo. Obrigado. Aproveito para deixar o meu email pessoal: alcinocastro@gmail.com

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