21.11.10

TLALTECUHTLI


Há meses, a France Press noticiava: A Tlaltecuhtli, a deusa da Terra, o maior monólito( bloco único de pedra) da cultura asteca e o único colorido, será exibido pela primeira vez em meados de Junho na capital mexicana após ter sido descoberto em 2006, informou o Instituto de Antropologia do México. O monólito, datado de 1502, com um peso de 12 toneladas e um tamanho de 4,19 por 3,62 metros, "é o maior já descoberto" da cultura asteca e "a única peça escultural mexicana que conserva suas cores originais", informou o Instituto em um comunicado.
Esta peça, foi descoberta em Outubro de 2006 quando se realizavam trabalhos de remodelação no centro histórico da Cidade do México, e é maior em tamanho que a Pedra do Sol (ou Calendário Asteca), um dos monólitos mais conhecidos, e maior que a Coyolxauhqui, que representa a deusa da Lua.
Sob um fundo avermelhado, a Tlaltecuhtli representa uma figura feminina de corpo inteiro de cor ocre, com cabelo encaracolado, e da boca sai um jacto de sangue tendo os braços flexionados para cima "em alusão de que é a deusa da Terra e que todas as criaturas voltam para ela.

Este monólito, assim como o Calendário Asteca e a Coyolxauhqui, fazia parte do chamado Templo Maior, que foi o coração da cultura asteca até a chegada dos conquistadores espanhóis . A Deusa está de cócoras para parir , ao mesmo tempo que bebe o seu sangue , devorando o ser que criou, simbolizando o ciclo de vida e morte dos Astecas,
Após anos de escavações minuciosas foi descoberto num poço, junto ao monólito, as mais exóticas oferendas : junto á superfície 21 facas sacrificiais de sílex branco pintado de vermelho ; mais fundo, um fardo envolvido por folhas de piteira que continha um sortido de furadores sacrificiais em osso de jaguar, barras de copal (incenso), plumas e contas de jade.
Mais abaixo, fechados numa caixa de pedra os esqueletos de duas águias reais (símbolo do sol) com os corpos virados para poente.
Até Janeiro de 2010, foram descobertos mais seis níveis com oferendas o último dos quais a 7 metros de profundidade, Esta oferenda era um vaso cerâmico com 310 contas verdes, brincos e estatuetas.
No fundo da caixa de pedra que atrás referimos um cão ou lobo fêmea trazia um colar de jade ao pescoço,um cinto de búzios e brincos de trurqueza. As jóias indiciam que seria um animal de estimação real com a tarefa de guiar e proteger o amo durante a odisseia das trevas.
Quem seria este amo ? A questão é que nunca foram descobertos restos mortais de nenhum imperador asteca , havendo registos históricos afirmando que três soberanos astecas foram cremados e as suas cinzas enterradas na base do Templo Maior . Outros indícios do monólito apontam a data de 1502 ano em que Ahuitzotl, o mais temido governante do império foi a enterrar e o seu túmulo deve estar muito perto do local onde o monólito foi descoberto.
O que se sabe de Ahuitzotl é o seguinte: funcionário militar de alta patente subiu ao trono em 1486, depois do seu irmão Tizoc perder o controlo do império e morrer. Reinou 16 anos e os seus exércitos ocuparam grandes extensões de terra costeira até à actual Guatemala.
Os trabalhos arqueológicos que estão a ser desenvolvidos são difíceis e morosos pois é necessário contornar redes de esgotos e metropolitano, evitar fios telefónicos e de fibra óptica , bem como cabos de electricidade. A equipa do arqueólogo Leonardo Lopez acredita que, mais tarde ou mais cedo, encontrará o túmulo de Ahuitzotl.
Sobre este assunto aconselhamos uma leitura atenta da revista NATIONAL GEOGRAPHIC de Novembro de 2010.

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