O esquema acima mostra que um átomo de Urânio 235 ao ser bombardeado por neutrões ,quebra em átomos de Bário e Cripton, com libertação de mais neutrões e muita energia. Voltemos á fusão: se este processo necessita de muita energia térmica para se iniciar ( milhões de graus ) ele não é possível ? É , e já foi usado militarmente com a bomba de hidrogénio. Em laboratório, existem já reactores de fusão nuclear, classificados em dois tipos consoante a tecnologia :os de confinamento magnético e os de confinamento inercial. Estas estratégias são ditadas pelo facto de as temperaturas envolvidas para o arranque da fusão serem tão altas que nenhum material as pode aguentar, pois volatilizaria. A estratégia de confinamento magnético baseia-se em manter um plasma , onde se dará a reacção nuclear, sempre afastado das paredes do reactor por intermédio de fortes campos magnéticos ; o plasma manter-se-à em constante movimento em torno do eixo do toro da câmara . Este tipo de reactor denomina-se TOKAMAK ,sigla da frase grega câmara toroidal em enrolamentos magnéticos e é o mais promissor para aplicação comercial. Já a estratégia de um reactor de confinação inercial é a de colocar uma enorme concentração de energia num pequeno ponto do combustível nuclear por forma a provocar a ignição , sem que os elementos da reacção toquem as paredes do reactor. Vários tokamak foram já construídos na Europa,USA, Rússia e Japão mas a energia libertada é quase igual á fornecida, excepção feita ao reactor japonês que, em 1998, obteve um cociente de 1 para 1,25. Se o problema da fusão reside na colossal quantidade de energia necessária para o arranque, os cientistas estão a pensar na possibilidade da fusão a frio, isto é, fusão que ocorresse em condições de baixa temperatura, em vez dos milhões de graus exigidos nos tokamak . O primeiro relato de uma fusão a frio foi dado, em 1989, por Martin Fleichman e Stanley Pons da universidade de Utah. Se bem que a comunidade científica tivesse duvidado do facto, outros cientistas observaram , em experiências posteriores, o aparecimento de excesso de calor, de trítio e de hélio e mutações nucleares. Em Março deste ano de 2009, cientistas de um laboratório da marinha dos USA comunicaram resultados promissores de fusão nuclear a frio. Pamela Mosier-Boss do SPAWAR afirmou :" de acordo com o nosso conhecimento, é a primeira vez que neutrões de alta energia são produzidos a partir de reacções nucleares com energia fraca; se há fusão devem observar-se neutrões e foi o que aconteceu, a não ser que esses neutrões se devam a outra espécie de reacção nuclear desconhecida ". Steven Krivit que acompanha há vinte anos as actividades de pesquisa de fusão a frio , considera importantes os trabalhos de Pamela e que se os neutrões observados não são resultado de uma fusão a frio e sim de um processo nuclear desconhecido, este deve ser investigado pois se situa entre a física e a química. Esperemos para ver .
Um Parêntesis
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*Hoje vou fazer um parêntesis nesta série de publicações que temos vindo a
fazer sobre a quinta, suas plantas e seus animais. * *[image: Posted by
Picasa]*...
1 comentário:
Gostaria de avisar que a imagem está errada, a fusão de Trítio e Deutério produz um núcleo instável de Hélio 5(He5) que decai (liberando um NEUTRÔN, não um próton com omostra a figura.) e forma o núcleo de Hélio 4(He4). PS: a fusão seria de grande aproveitamento, pois a energia liberada seria de aproximadamente 14,1 MeV (14.100.000 de Volts)
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