5.12.08

A MÚSICA ao longo dos tempos


O homem primitivo, para caçar em grupo, tinha necessidade de comunicar, usando sinais sonoros tais como os gritos, batimentos com pedras e sons corporais, como o bater palmas. O homem pré-histórico tinha como principal objectivo apenas imitar os sons da natureza e só muito mais tarde usou a música em cerimónias rituais, como por exemplo, na evocação das forças da natureza, no culto dos mortos e no decorrer da caça. Gradualmente foi introduzindo alguns rudimentares instrumentos e danças para agradar mais aos deuses. Depois de descobrir a música o homem nunca mais se separou dela ! Até ao ano 400 dC, a música assumia um papel importante em várias actividades do dia a dia , em civilizações como a romana, grega e egípcia.

Com a chegada do século XIII, em plena Idade Média, são os monges que continuam a desenvolver a teoria musical e a sua escrita. O repertório desta época são cânticos litúrgicos, transmitidos oralmente através de gerações, variando as interpretações consoante os ritos ou hábitos musicais dos diferentes povos. É assim que surge o canto gregoriano, uma forma de oração para demonstrar o amor a Deus, numa melodia simples que seguia o ritmo das palavras.É neste período que se dá a separação da música sacra da profana, já que a primeira usava apenas o orgão e ,a segunda, variados instrumentos como o alaúde, a charamela, a flauta, a harpa, a sanfona e outros mais. Outra diferença residia no facto de se usar o latim no canto religioso, e a línguagem local na música profana, com os menestreis e trovadores a cantar e compor para os senhores dos paços reais.

O período renascentista (1450-1600) é caracterizado pela mudança de pensamento do homem perante o mundo ,com influência na arte, logo na música. A Igreja fica menos rígida e permite uma troca maior entre as músicas sacra e profana. Os reis e homens ricos dão oportunidades de trabalho aos compositores e aos músicos ,promovendo festas , audições e acontecimentos culturais. As obras musicais que se desenvolvem são essencialmente vocais como a música vocal polifónica. Surgem os madrigais, o motete, a missa coral e com estas músicas os alaúdes e as violas de gamba para o acompanhamento. O Barroco (1500-1750) é o período em que a música instrumental atinge, pela primeira vez, a mesma importância que a música vocal. Neste período a música é exuberante de ritmo enérgico e frases melódicas longas muito bem organizadas. Os compositores fazem uso de um contraponto com grandes contrastes tímbricos. O violino afirma-se devido á evolução da sua construção e os instrumentos de tecla , como o cravo, evoluem também tornando-se solistas e não apenas acompanhantes. A orquestra toma maior dimensão em número de executantes e uma forma mais estruturada. A suite o ballet e a ópera são formas musicais, orquestrais e vocais que surgem e se desenvolvem durante o Barroco. No período seguinte ,o do Classicismo (1750-1810), a música é menos complicada, mais suave e de maior perfeição estética. A melodia é acompanhada de acordes e predomina sobre eles. As frases melódicas são bem definidas , curtas e claras , notando-se o princípio ,meio e fim de cada uma. O cravo cede o lugar ao piano ,e a orquestra, por diversificar os instrumentos, aumenta mais o número de executantes. Os géneros instrumentais deste período são o concerto, a sinfonia, a sonata e o quarteto de cordas.


O Romantismo (1810-1910) caracterizou-se pela liberdade de expressão e de sentimentos. As alterações políticas e sociais provocadas pela Revolução francesa de 1789 fazem ressurgir a música folclórica. Paris e Viena tornam-se os principais centros de música da Europa . Através da música os compositores mostram sentimentos e afectos da sociedade da época. Surgem compositores como Schubert, Mendelsson ou Chopin e instrumentistas como Liszt ou Paganini. Os compositores libertam-se dos mecenas e passam a compor por conta própria, surgindo as grandes salas de espectáculos e concertos, consequência da ascensão da burguesia. O Romantismo desenvolveu o virtuosismo na execução instrumental que atingiu elevados graus de dificuldade e técnica instrumental levando os músicos a tornarem-se figuras públicas de destaque.


.O século XX surgiu como a época das experiências , da procura das novas técnicas instrumentais e uma mudança da sonoridade com novas técnicas de composição, e instrumentos de sons inovadores. Surgem assim as guitarras eléctricas e os sintetizadores e com eles a música Rock e Pop. Há uma maior tendência para as culturas não europeias facto impulsionado pelos discos , gravação em cassete, CD e a popularização da rádio e televisão. Os novos timbres,harmonias, melodias e ritmos, bem como o aparecimento de novos métodos de composição fazem a renovação da linguagem musical. Com a procura e o desenvolvimento de sons novos, a composição foi abandonando o uso das sete notas da escala e começaram a escrever-se obras com a utilização de 12 notas (dodecafonismo). Esta técnica foi criada na década de 1920 pelo compositor austríaco Arnold Schoenberg. Nascia a atonalidade, desaparecendo, desta forma,a maneira de organizar a música em redor de uma nota particular , a tónica, que definia um tom central, gravitando , em torno dela, a harmonia e a melodia. O dodecafonismo acaba com o papel central da tónica ,assim como a hierarquia que a tonalidade estabelecia entre as sete notas da escala convencional.

4 comentários:

Anónimo disse...

Como amante da música, desde a minha infância, foi-me particularmente grato ler este seu estudo e descrição da evolução da música.
Gostei imenso e por tal, os meus parabéns, novamente.

Mário

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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