1.8.08

NANOTECNOLOGIA

Se procurarmos uma definição simples para nanotecnologia teremos que é o processo de montar matéria a partir dos átomos, organizando-os a bel-prazer e de maneira diferente do que acontece naturalmente .A ideia é antiga e foi "sonhada" pelo físico Richard Feynman, em 1959, numa altura em que o átomo era a parte mais pequena da matéria. Hoje em dia o sonho de Feynman está a tornar-se uma realidade e o nanómetro ( 1 milionésimo de milímetro) é uma vulgar unidade de trabalho dos cientistas . Se Freyman apenas dizia que os princípios da Física não eram contra a possibilidade de manipular a matéria, átomo a átomo e que teoricamente era algo que podia ser feito, embora nunca levado a cabo por sermos grandes demais,os cientistas de hoje pensam em criar máquinas que actuem dentro do corpo humano levadas pela corrente sanguínea, ou gravar bibliotecas nacionais inteiras numa superfície de poucos centímetros quadrados e outras coisas fantásticas. Se for conseguido este sistema de engenharia molecular, haverá nova revolução industrial com importantes consequências económicas, sociais, ambientais e militares. Tudo isto começa a ser pensado porque os conceitos da física clássica foram derrubados e a física quântica nos mostra que as partículas sub-atómicas (ver postagem de 12-6-2008 sob o título a partícula de Deus )não se comportam como no mundo molecular.Tentam os cientistas dos nossos dias ligar os átomos de forma a criar novas moléculas,isto é, novos materiais.O processo seria feito através de um montador molecular, uma máquina de tamanho microscópico capaz de organizar átomos e moléculas de acordo com instruções dadas. Um montador molecular poderia actuar de forma isolada ou em conjunto podendo, neste caso, ser capaz de construir objectos macroscópicos. Este fabrico de moléculas novas com propriedades especiais, nomeadamente com funções de sensores ou reparadores, revolucionaria o mundo. Há quem imagine, por exemplo, a possibilidade de desobstrução de vasos sanguíneos por nanorobots feitos á medida, ou o fabrico de telhas que além de isoladoras de água e luz, sejam fotovoltaicas Será que um dia podemos criar nanofábricas ,isto é, um aparelho simples e pequeno, na aparência, cheio de processadores químicos,computadores e robots em que os produtos seriam fabricados directamente a partir dos projectos nele introduzidos? Das nonofábricas resultariam produtos de alta qualidade a um preço irrisório bem como a criação de novas nanofábricas, num fenómeno de autoreprodução que podia ser útil em Biologia ou no fabrico de novas fábricas a ritmo exponencial. Esta capacidade de reprodução é , teoricamente, uma das grandes vantagens de um montador molecular e também um dos seus grandes riscos.Um montador poderia reproduzir-se descontroladamente e ameaçar vidas humanas de forma semelhante ás epidemias. Especialistas advertem que é necessário tomar precauções pois os riscos para a saúde humana não são conhecidos, além de persistirem outros problemas como a dificuldade de trabalhar com os átomos individuais necessários á construção do montador. É também difícil modelar o comportamento de objectos complexos em escala nanométrica que obdecem ás leis quânticas que são diferentes das da física clássica á escala do nosso mundo. Outro dos possíveis problemas será a poluição gerada pelos nanomateriais, já que as nanopartículas , dado o seu ínfimo tamanho, podem entrar nas células animais e vegetais, acumulando-se na cadeia alimentar, num efeito idêntico ao dos metais pesados e ao do DDT. Já foram colocadas várias questões ,tais como : A quem pertencerá a nova tecnologia ? Estará ela acessível a todos ? Terá efeitos negativos sobre os seres vivos ? Quem controla as armas destruidoras dela obtidas? Será que a contrução de máquinas inteligentes capazes de fabricar outras ,destruirão a espécie humana? As perguntas são tão pertinentes que já existe um organismo internacional para dar a conhecer as teorias da gestão responsável da nanotecnologia.

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