2.7.08

RECICLAR

Há pouco tempo, sob o título "A Terra esgotada e a morrer ", referimos a necessidade de reciclar ao máximo todos os desperdícios e, sobretudo, os electrodomésticos e equipamentos electrónicos que devem ser tratados por empresas especializadas, em virtude dos materiais perigosos que contêm. No nosso país, desde o ano 2006,quando se compra um aparelho eléctrico ou electrónico , paga-se uma taxa ecológica para financiar a reciclagem desses equipamentos ,quando termina a sua via útil. Compete à ASAE fiscalizar se a lei é cumprida, pois os comerciantes são obrigados a receber os equipamentos velhos, na compra de outros novos, e a encaminhá-los para as empresas de reciclagem. Para se ter uma ideia do que são estas empresas de reciclagem diremos que a Metec, no Japão, destroi 900 frigoríficos por dia, tendo outras secções onde são desmantelados televisores, aparelhos de ar condicionado e computadores. Como a Metec, há dezenas de outras no Japão. Antes dos aparelhos serem destruídos pelas máquinas trituradoras são-lhes retirados os elementos contaminantes do meio ambiente . O colossal número de 40 mil toneladas anuais de lixo electrónico no mundo, deve-se ao facto da vida útil dos equipamentos ser cada vez mais curta, dois a três anos, por ficarem ultrapassados tecnologicamente. Em 2004, os americanos deitaram para o lixo 315 milhões de computadores pessoais, 90% dos quais ainda estavam em perfeitas condições de operacionalidade.Durante muitos anos não houve consciência das populações em saber para onde ia este lixo; se alguma quantidade ia parar ás lixeiras, juntamente com outro tipo de detritos, a maioria dele foi exportado para países do terceiro mundo , como India, Paquistão e países africanos onde é reciclado sem qualquer tecnologia, estando a envenenar pessoas, solos, aquíferos e atmosfera. Para termos uma ideia desta contaminação diremos : o arsénio dos Leds provoca cancro do pulmão ; o bário, dos tubos catódicos dos velhos televisores e computadores, altera-se com o ar e afecta músculos, fígado e coração; o cádmio das baterias, toners e tintas de impressoras está associado a cancer pulmonar. A preocupação é tal que a Comissão Europeia, em 2005, emitiu uma directiva proíbindo o uso de chumbo, mercúrio e cádmio em qualquer equipamento, mas os resultados não devem ser positivos, pois há ainda milhões de aparelhos a funcionar com estas substâncias e que, daqui a alguns anos, estarão nas lixeiras africanas. Uma solução para este problema será usar o equipamento durante mais anos e não ir na moda de o trocar, só porque apareceu um modelo novo. Se têm um televisor a cores há três anos, por que trocar por um" plasma" se os programas visualisados são os mesmos? O "plasma " ao fim de um ano estará também ultrapassado ! E quem fala em televisores fala em telemóveis, onde a moda de trocar caiu no absurdo de o fazer duas vezes por ano .

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