7.6.12
CASTELO DE SOURE
no vale do baixo rio Mondego, numa pequena elevaão formada por aluviões, na confluência do rio Anços com o rio Arunca..Actualmente em ruínas e muito mutilado nos seus muros, integrava uma linha avançada de redutos defensivos de Coimbra
À época da invasão romana da Península Ibérica, acredita-se que um pequeno destacamento aqui se tenha instalado, para guarnecer a estrada que seguia para Coimbra. Dessa ocupação são testemunho diversas pedras posteriormente aproveitadas para a construção do castelo medieval.
Não há muita documentação sobre o cartelo medieval e, por isso, discute-se se a primitiva fortificação de Soure se deve à época das lutas da Reconquista cristã ou aos Muçulmanos, por volta do século IX, parecendo mais certo datá-la entre 1064 e 1111. Há consenso, entretanto, de que o castelo foi erguido às pressas, conforme testemunha o aparelho de seus muros. Por não querermos historiar na totalidade a vida do castelo diremos apenas que do século XIX aos nossos dias o castelo conservou-se na posse da Ordem de Cristo. Neste século, duas torres do castelo foram vendidas por João Ramos Faria a João Lobo Santiago Gouveia, conde de Verride e em 1880, a Câmara Municipal fez dinamitar a torre Sudoeste, que ameaçava ruir.
Na primeira metade do século XX pertenceu ao poeta Santiago Presado, que, na década de 1940, o colocou à disposição da Câmara Municipal. À época, esta não legalizou a oferta. O castelo foi classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 5 de Abril de 1949.
Em 1973, o castelo foi colocado à venda em hasta pública pelo valor matricial de 60.480$00, embora a transacção não fosse efectuada pelo Estado português. Depois desta curtíssima resenha histórica passemos à perte arquitectónica; como castelo de planície, é um raro exemplar da arquitetura militar proto-românica no país, com vestígios de obras no período gótico e manuelino. De pequenas dimensões, apresenta planta rectangular, em aparelho de alvenaria de pedra rude, tendo sido predominantemente utilizado como alcáçova, isto é residência.
Primitivamente contava quatro torres, uma das quais, a Nordeste, recolhida, e as outras três salientes. Subsistem apenas aquela e a de Sudoeste ,dinamitada parcialmente em 1880; a primeira seria a mais forte, provavelmente com a função de Torre de Menagem, com janela rasgada a pleno centro no segundo registro, remontando ao século XV ou XVI, a avaliar pela configuração das ameias.
Acede-se ao pátio de armas do castelo por um portão em arco rasgado junto à torre Nordeste, abrindo-se nesse pano de muralha quatro frestas no primeiro registro e quatro frestas no segundo. A torre Sudoeste apresenta a Norte duas janelas em arco e a Sul duas frestas e uma janela em arco entaipada, ao lado de janela de recorte quadrado.
Com o passar dos séculos, o castelo perdeu o seu carácter defensivo, confundindo-se com o casario que entretanto foi nascendo dentro dele. Esse facto retirou-lhe o enquadramento histórico necessário, para a apreciação do monumento.. Já que a incúria dos homens permitiu a sua destruição, quer por degradação natural provocada pelos séculos , quer por aproveitamento da sua pedra para construção, aqui deixamos o relato do que chegou aos nossos dias.
5.6.12
FARNEL PARA ROMARIA
Com a devida vénia e agradecendo desde já ao meu amigo senhor Carlos Ferreira, autor do blogue Garatujando, a autorização hà muito concedida, transcrevemos este apontamento Poveiro
Antigamente os pescadores poveiros faziam as suas romagens a santuários situados aqui na zona norte do país, mas ainda assim distantes algumas dezenas de quilómetros.
Iam pagar promessas feitas em momentos de aflição, e aproveitavam o dia de veneração do orago, o que implicava haver ali festa de romaria.
Lugares de muita devoção da nossa gente eram Senhora da Abadia, São Bento, São Torcato, Senhora do Alívio e Santa Eufémia.
No caso de São Bento eram quatro as romarias a fazer: S.Bento da Porta Aberta, S.Bento de Vairão, S.Bento das Peras e S.Bento da Várzea..
Os romeiros iam a pé até Nine, dali tomavam o comboio até Braga, de onde seguiam de novo a pé até à região do Gerês, onde se situam os Santuários.
Isto durava dois ou três dias. Para lá, levavam a promessa e o farnel; no regresso traziam laranjas,
O farnel era constituído por rosca (regueifa), muito apreciada pela nossa gente, garrafão de vinho (verde tinto, de preferência carrascão), bolos de bacalhau, azeitonas, cambitos de raia (há que diga e escreva “gambitos”), arroz de caçoila e frango assado.
E se bolos de bacalhau e raia frita são por demais conhecidos, talvez convenha determo-nos um pouco no arroz de caçoila.
Era cozinhado numa caçoila de barro, Fazia-se um estrugido com cebola, azeite, salsa e loureiro. Depois quando a cebola partida às rodelas ficava lourinha, juntava-se-lhes rodelas de chouriço de carne, deixava-se refogar um pouco, e metia-se o arroz cuja quantidade variava conforme o tamanho da caçoila, e deixa-se cozer mas não completamente; acabava por secar pelo caminho, pois a caçoila era embrulhada num jornal, a que sobrepunha um guardanapo grande. As pontas do guardanapo eram atadas em cruz, duas a duas, por cima do testo. Quem levava a caçoila à cabeça, levava-a em cima de uma rodilha de papel de jornal.
Nas romarias havia fruta, os doces de romarias -comuns em todo o norte -, as bichinhas, os corações, os cestinhos e bonecos feitos de pão de trigo (que faziam as delícias das crianças, e, ainda, os inevitáveis tremoços com azeitonas pretas.
Por vezes, como no caso de Santo André, aqui no litoral do concelho poveiro, os romeiros optavam por ir aos tascos da localidade comer rojões ou bacalhau frito ou, ainda, ir a casa de lavradores de sua amizade, já que, celebrando-se o Santo André no mês de Novembro, o tempo frio propiciava a matança do porco, o que era motivo para o tradicional sarrabulho … e daí os rojões, acepipe de que os visitantes beneficiavam.
1.4.12
B A R C A S
Voltemos aos barcos e ao rioMondego; No tempo da ocupação romana os navios vindos do mar ainda chegariam a Coimbra, mas o progressivo assoreamento do rio foi reduzindo a navegação para montante exigindo barcos de menor porte: e fundo chato, as barcas serranas. Estas embarcações ficaram para sempre ligadas ao rio Mondego e ainda navegaram durante quase toda a segunda metade do século XX, fazendo o transporte de mercadorias do interior para a cidade e em sentido contrário usando a vela e também a força do barqueiro e da sua vara . As lavadeiras do rio. ali na zona da foz do Ceira, utilizavam estas barcas para levar a roupa que tinham recolhido nas freguesas de Coimbra e também para a trazer de volta já lavada e passada
Havia também outras barcas, um pouco mais pequenas , chamadas as barcas do sal, navegando perto da foz que levavam o sal das salina.s até às fábricas de conservas .. Muitos eram os portos importantes ao longo do Rio Mondego, para carregarem e descarregarem mercadoria dos quais destacamos o Porto da Raiva, como sendo o mais importante, e considerado um dos maiores do país, até meados do séc. XIX porto este que, diz a tradição, que a povoação da Raiva, estaca então situada na foz do Rio Alva., um dos afluentes do Mondego Aqui chegadas, as mercadorias eram descarregadas, e depois eram levadas em carros de bois para zonas do interior tais como os concelhos de Penacova, Arganil, Tábua, Mortágua, Santa Comba Dão e Oliveira do Hospital.
O progresso tudo mata e este primitivo meio de transporte acabou por desaparecer tal como aconteceu em outros rios por todo o lado..
As barcas que ainda resistem neste século XXI e mesmo assim apenas como cartaz turístico, são as do rio Douro.
O barco rabelo é uma embarcação portuguesa, típica deste rio que tradicionalmente transportava as pipas de Vinho do Alto Douro, onde as vinhas se localizam, até Vila Nova de Gaia - Porto, onde o vinho era armazenado e, posteriormente, comercializado. Sendo um barco de rio de montanha, o rabelo não tem quilha e é de fundo chato, com um comprimento entre os 19 e 23 metros e 4,5 metros de boca. Com uma vela quadrada, o rabelo era manejado normalmente por seis ou sete homens. Para governo, utiliza um remo longo à popa – a espadela. Quando necessário, os barcos eram puxados a partir das margens por homens ou por juntas de bois. Como atrás afirmámos o progresso mata tudo.Com a conclusão, em 1887, da linha de caminho-de-ferro do Douro e o desenvolvimento das comunicações rodoviárias durante o século XX, o tráfego fluvial assegurado pelos barcos rabelos entrou em declínio. Os barcos rabelos podem ainda hoje ser encontrados no Porto. Contudo são hoje, ao contrário de outros tempos, usados para o transporte de turistas com carácter lúdico e recreativo, sendo muito usados para atravessar o rio desde o Porto até Vila Nova de Gaia, local onde os turistas podem visitar algumas caves de vinho do Porto.
Também me vieram à memória as barcas do rio Minho que serviram no passado as populações raianas poia a navegação fluvial foi um meio de passar o rio, de margem para margem, e também sistema de comunicação secundário que complementava os caminhos terrestres, Muito numerosas no passado recente, as barcas transportavam desde lenha, erva , tojos e até uvas nos dias da vindima e logo vinho, gado e feirantes, sal e tecidos, também areia, madeira, pedras e lousas desde as pedreiras até ao local das construções.
Desde a nascente do rio Minho até à foz que as barcas serviram para passar de margem a margem sendo Santalha de Sisoi um dos primeiros lugares em que se empregava a barca para passar a corrente fluvial sem cobrar pelo serviço aos que precisavam passar, embora noutros locais o serviço fosse pago. As barcas tinham tamanho variável consoante fossem para o serviço particular do proprietário ou de serviço público.
Eram de tamanho considerável as barcas destinadas a tirar areia do rio, trabalho muito comum ainda no século XX. Com capacidade de transporte de um a dois metros cúbicos, eram uma embarcação de quatro metros de cumprimento por mais de dois de amplitude, pelo que precisavam da força de dois barqueiros com rema ou vara.. . Também aqui o progresso com as pontes e estradas fizeram desaparecer este meio de transporte.
17.3.12
ANTROPOLOGIA FORENSE
Os achados biológicos podem ter diversas origens: cadáveres abandonados numa fase avançada de decomposição, corpos desfigurados resultados de mutilações ou, cadáveres que possam corresponder a indivíduos vítimas de desastres em massa , o que acontece em acidentes de aviação, naufrágios, catástrofes naturais, ou assassinatos políticos colectivos, servindo para identificar pessoas cujo corpo está irreconhecível.
Todavia, este estudo só fica completo se se conseguirem recolher outros dados que em termos comparativos possam individualizar a pessoa pois só com os dados relativos ao sexo, idade, proporções corporais é praticamente impossível identificar o cadáver.
Vamos dar alguns exemplos para melhorar a nossa afirmação: Em Outubro de 2009 o corpo do espanhol Manuel Coley Robles, sequestrado em 1976 pela ditadura argentina (1976-83), foi identificado durante a exumação realizada num cemitério público. A identificação foi feita pela justiça argentina com a cooperação da equipa de Antropologia Forense, como parte da Iniciativa Latino-Americana de Identificação de Desaparecidos.
Em uma vala fúnebre com sete mil anos e mais de 500 esqueletos humanos que foi encontrada em Herxheim, uma pequena localidade no Sudoeste da Alemanha descobriu-se o facto dos esqueletos – alguns de crianças e fetos – aparentarem ter servido para a prática de canibalismo durante o Neolítico.
A antropologia forense recorre aos conhecimentos de arqueólogos quando necessário. Estes técnicos podem ser de grande ajuda à polícia na localização do local onde o corpo e objetos pessoais da vítima foram enterrados, através de geologia e geofísica e técnicas de levantamentos, .O arqueólogo forense também pode ajudar com a escavação, utilizando ferramentas e conhecimentos semelhantes aos utilizados em uma escavação arqueológica. Isso tem de ser feito lentamente e cuidadosamente, e os arqueólogos vão registrar e preservar qualquer coisa encontrada em todas as fases e profundidades, por exemplo, flocos de tinta, cabelo, roupas ou “DNA”, pois pode ser uma evidência vital.
Também a cor e o estado do solo podem ser úteis na investigação já que podem datar objectos encontrados em túmulos, incluindo os ossos, usando uma variedade de técnicas. A datação com carbono pode determinar se o local de sepultura é recente ou antigo. As provas encontradas são trabalhadas pelos técnicos forenses que sabem como se degradam ou se decompõem os materiais ao longo do tempo e em condições específicas. Esta técnica é importante, pois pode ajudar a determinar, por exemplo, há quanto tempo um corpo foi enterrado pelo estado da roupa ou do solo circundante, ou por quanto tempo mercadorias roubadas ou furtadas tenham sido enterradas, pelo dano posterior verificado nos materiais metálicos e outros.
Mas voltemos aos antropólogos forenses; Estes trabalham com esqueletos humanos ou corpos que estão irreconhecíveis devido a queima, mutilação ou mumificação, afim de ajudar a identificar indivíduos e descobrir a causa da morte. Podem identificar os ossos e fragmentos de ossos, e determinar se eles são humanos ou de animais. O tamanho e a forma do esqueleto pode ajudar a determinar a raça, sexo, altura e idade da vítima. Os ossos podem ainda contribuir para descobrir a causa da morte ( acidental, intencional ou por doença), e se ocorreu qualquer prejuízo para os ossos antes, durante ou após a morte
Usando conhecimentos e técnicas informatizadas, os antropólogos forenses podem recriar faces a partir do crânio ou parte dele, o que pode ajudar na identificação da vítima. Esta técnica baseia-se na anatomia e fisiologia de ossos e músculos, bem como o conhecimento artístico da forma corporal
O trabalho de um antropólogo forense começa no local do crime e estende-se até ao laboratório dividindo-se em três etapas:
1º É feita uma escavação minuciosa do local onde se encontra o corpo.
2º Faz-se a recolha de informações em redor da área do crime com entrevistas às pessoas da região, consulta em arquivos municipais, eclesiásticos e militares, etc.
3º . Há uma aplicação de técnicas como a osteologia humana (área que se debruça sobre o estudo dos ossos que compõe o esqueleto), paleopatologia (ramo da ciência que se dedica ao estudo das doenças do passado) e tafonomia (estudo sistemático da evolução de fósseis). Pode ainda ser feita uma reconstrução facial do cadáver e superposição fotográfica.
Identidade do indivíduo( ser humano ou animal):
A determinação da espécie biológica constitui um passo fundamental. É o primeiro passo que se deve tomar quando se encontra qualquer material que se assemelhe a tecido ósseo. Segue-se depois o estudo das
características gerais de identificação no caso de ossos humanos
Por exemplo a determinação do sexo baseia-se no estudo comparativo das ossadas encontradas com dados de tabelas sobre a morfologia dos ossos pois as características morfológicas de certos ossos diferem consoante o sexo. Os ossos que melhor permitem identificar se a ossada é feminina ou masculina são: o crânio, a pelve e o tórax.
Para se poder obter a idade da ossada, há um conjunto de regras que variam consoante se trata de um feto, de uma criança ou de um adulto. A partir da informação sobre a faixa etária (feto,criança ou adulto) , podemos saber a sua idade. As análises feitas são ao comprimento dos ossos longos e à ossificação de alguns ossos como as suturas cranianas.
A altura é calculada através da medição do esqueleto (método anatómico), por fórmulas matemáticas ou pelo estudo dos ossos longos.
A determinação da raça é um processo muito complicado e pouco fiável. Porém pode ser caracterizada através do ângulo facial, forma do crânio, Índices cefálicos e índices dos ossos rádio e úmero. A partir desta análise podemos determinar se o indivíduo é do tipo racial caucásico, mongólico, negróide, indiano, australóide.
Características individuais. São os aspectos específicos que podem caracterizar o indivíduo com base em elementos fornecidos por pessoas conhecidas da vítima. Esta comparação pode ser feita com base em estudos radiográficos, comparação fotográfica (sobreposição de imagem em computador, pesquisando-se a existência de concordância entre as linhas e curvas da face com pontos do esqueleto) ou reconstrução da face (modelagem das partes moles sobre o crânio, ou através de desenhos).
Já a determinação da data da morte é um processo extremamente complexo pois muitas vezes os corpos estão num estado muito avançado de decomposição, estando em muitos casos esqueletizados isto é, já só ossos.
A decomposição de um corpo depende de factores como a temperatura do solo e a sua acidez.
-Quando um corpo é deixado à superfície a actividade dos insectos vai ocorrer imediatamente. Pela espécie de insectos à volta do corpo calcula-se o número de horas passadas após a morte. Mas há mais conhecimentos: Duas semanas depois, o corpo estará parcialmente decomposto (com algumas cartilagens e articulações)
Ao fim de oito meses, estará decomposto na sua totalidade, mas se um corpo for queimado leva entre um a dois anos até ficar totalmente decomposto
Se for deixado em solo arenoso pode mumificar ficando então conservado. O número e o tipo de ossos disponíveis na cena do crime podem ajudar a determinar há quanto tempo se deu a morte do indivíduo, por exemplo: ossos pequenos dispersam-se mais facilmente arrastados pelo vento ou chuvas.
Quanto mais tempo passa desde a morte, mais difícil se torna de determinar o momento da morte. Também é importante determinar o modo e causa da morte que são conceitos diferentes.
O modo da morte aborda o tipo de morte do indivíduo que pode ser: homicídio, suicídio, acidental, natural e desconhecida. A causa da morte, refere‐se ao factor que na prática provocou a morte do indivíduo, ou seja, descrições como doença, ferimentos ou lesões.
Em indivíduos que se encontram no estado de esqueleto, a causa da morte só pode ser estudada relativamente a situações que deixem marcas nestas estruturas como as fracturas, ferimentos por armas de fogo ou marcas de intoxicações crónicas pelo arsénio, sendo o raio-X uma técnica muito importante.
Como acabamos de ver a Antropologia é uma ciência muito vasta que se subdivide em várias especialidades sendo, uma delas, a que dá título a esta mensagem.
20.2.12
O QUE É PRECISO É SABER COMO FAZER
A ser verdade isso resolveria um grave problema ambiental que já tínhamos focado neste blogue, o das lixeiras de plásticos. Pesquisando na net encontrei o seguinte:
Uma empresa americana desenvolveu uma técnica para reciclar plásticos que os transforma novamente em petróleo e gás natural de que são feitos. O processo usa emissões de microondas especialmente ajustadas para quebrar os polímeros que formam os plásticos em hidrocarbonetos mais simples.
Além de reaproveitar as toneladas de plástico descartadas diariamente na natureza, o procedimento facilita a remoção de metais e outras substâncias embutidas.
Segundo o site da revista científica New Scientist, o processo criado pela Global Resource Corporation (GRC) usa cerca de 1,2 mil freqüências de microondas diferentes. Cada uma delas age em um hidrocarboneto específico, que se transforma em óleo diesel ou gás combustível. A máquina é chamada de Hawk-10 e pode ser produzida em vários tamanhos.
Tudo o que não for hidrocarboneto será deixado intocado, o que inclui metais e silício. Com isso, é possível reciclar também as partes metálicas do lixo tecnológico.
Até aqui o processo parece ser um achado pois nos é afirmado que, alimentando o Hawk-10 com aproximadamente nove quilos de pneus velhos, produz-se 4,5 l de diesel, 1,4 m³ de gás combustível, 1 kg de aço puro e 3,4 kg de resíduo carbónico de alta qualidade que pode ser usado em pigmentos.
Embora produza óleo diesel e por isso não colabore directamente para reduzir a emissão de CO2 na natureza, a técnica cria uma nova fonte de energia baseada em lixo e ainda reduz a necessidade de aterros sanitários para depositar os dejetos tecnológicos.
Mais, segundo o site consultado, a máquina é capaz de se auto-alimentar com o próprio gás que produz, é 100% livre de emissões e não produz nenhum resíduo poluente. O próprio CO2 produzido na queima do gás é realimentado para a entrada e reprocessado.
Além do benefício ambiental e dos ganhos com produção de energia e reciclagem de metais, o processo pode reduzir custos operacional em actividades que produzam lixo tecnológico em grandes quantidades. O site oficial da empresa é http://carbonrecovery.com.
Como não há fartura que não dê em fome ,continuei a visitar sites sobre o tema e encontrei este assinado por BRUNO REZENDE
Há alguns dias tenho acompanhado a publicação desta notícia em importantes sites de meio ambiente, trata-se da invenção de uma máquina da empresa japonesa Blest Company. Segundo Akinori Ito, executivo da empresa, a máquina é capaz de transformar 1 kg de plástico em 1 litro de óleo combustível gastando apenas 1 KW de electricidade.
Bom, a história é bonita o suficiente para deixar uma pulga atrás da orelha. Estranhei que nesta semana a notícia tenha se espalhado por aqui como se fosse a invenção do século. Após uma pesquisada rápida na internet achei alguns sites do Japão e outros países citando o protótipo deste projecto desde 2007. Depois entendi porque só nesta semana a notícia se espalhou pelo mundo, a equipe de marketing da empresa actuou, pois a máquina começou a ser comercializada recentemente. A única diferença da máquina de 2007 para a de 2010 é que conseguiram reduzir o tamanho e peso, apenas 50 kg. Outro ponto importante, e não divulgado por aqui, é que a máquina ainda não é capaz de transformar o politereftalato de etileno (PET) em combustível, ou seja, vamos ter que continuar fazendo artesanato com as garrafas.
A proposta desta máquina é interessante e obscura. Interessante porque se cada pessoa tiver em sua casa uma máquina dessas poderá reciclar o lixo plástico, reduzindo o desperdício em lixeiras, além de ter uma mini refinaria para produzir seu combustível. Já o lado obscuro desta máquina se resume em sua existência, pois o plástico é necessário para a máquina cumprir sua função, portanto esta máquina se apresenta como uma forma subliminar de defesa para não reduzir o volume de produção de plástico no planeta. Resumindo: se o plástico acabar a máquina não funciona. Com certeza o senhor Akinori não quer isso. Mas esqueceram de o avisar que a produção de plástico consome recursos e polui, sem contar o CO2 que esta máquina deixa de emitir não representa nada perto do que foi emitido lá na fábrica de plástico.
Fica a pergunta :, não seria mais fácil reduzir o uso do plástico ou investir em programas de recolha selectiva e reciclagem ao invés de comercializar esta máquina?Muitos podem discordar, mas vejo esta invenção apenas como um paliativo ambiental cujo real interesse é puramente comercial.
O Sr Bruno Rezende tem alguma razão no que afirma mas a ideia não é de deitar fora se em vez de máquinas de reciclar domésticas se construírem enormes maquinas profissionais nas estações de reciclagem de lixos.
Termino como comecei Nada se ceia nem nada se perde, tudo se transforma. O que é preciso saber como FAZER
2.2.12
TRILOBITES
As trilobites foram artrópodes marinhos que viveram nos mares do Paleozóico há muitos milhões de anos, mais propriamente entre (542-251 Ma). A maioria vivia em ambientes pouco profundos, arrastando-se pelo fundo, deixando por vezes marcas fossilizadas, denominadas por bilobites
As trilobites possuíam um esqueleto externo de natureza quitinosa que, na zona dorsal, era impregnado de carbonato de cálcio, o que lhes permitiu pela sua dureza´, deixar abundantes fósseis. O seu nome é devido à presença de três lobos que podem ser visualizados na região dorsal (um central e dois laterais). O exoesqueleto era dividido, longitudinalmente, em três partes: o escudo cefálico (cefalão), constituído pela zona anterior da carapaça ,que incluía os olhos e peças bucais, mas também boa parte da zona do aparelho digestivo do animal. Esta zona era uma peça única e não articulada; Seguia-se depois o Tórax, zona intermédia, articulada, constituída por um número variável de segmentos idênticos,
Por fim vinha o Pigídio, ou escudo caudal, a zona posterior da carapaça, que inclui, em algumas espécies, espinhos e ornamentação variada. O pigídio era, também, uma peça única.
Tal como hoje fazem os artrópodes (insectos, miriápodes, caranguejos etc) ao longo do seu crescimento, as trilobites sofriam várias mudas, descartando sucessivos exoesqueletos. Desta forma, um único organismo pode ter dado origem a vários somatofósseis. Em média, as trilobites atingiam entre 3 a 10 cm de comprimento, mas em alguns casos poderiam chegar a cerca de 80 cm de comprimento.
O seu sentido da visão era extremamente apurado e foram os primeiros animais a desenvolver olhos complexos. As trilobites surgiram no início da era Paleozóica, no Período do Câmbrico, e desapareceram no fim, no Período denominado Pérmico, isto é, na passagem para a era secundária. O grupo tem importância estratigráfica como fósseis de idade no Câmbrico, isto é datam perfeitamente este período.
Os fósseis das maiores trilobites do mundo foram encontrados em Portugal
Uma equipa internacional descobriu em Arouca ( perto de Aveiro) vários grupos de fósseis de trilobites Apesar de não haver espécies novas, a importância da descoberta deve-se à dimensão dos fósseis ;“ São as maiores trilobites do mundo”, disse Artur Sá co-autor com uma equipa espanhola do artigo publicado na revista "Geology".Em Canelas, no Geoparque Arouca, estão descritas 20 espécies de trilobites . As trilobites viveram durante mais de 280 milhões de anos até desaparecerem há 250 milhões de anos quando se deu a grande extinção do final do período Pérmico, muito antes da era dos dinossauros. Há 465 milhões de anos a zona da Arouca estava submersa e ficava pertíssimo do então pólo sul, junto da costa do primitivo continente chamado Gondwana que depois se fracturou e deu os actuais continentes. O frio e as águas com uma baixa concentração de oxigénio permitiram às trilobites crescerem mais, num ambiente protegido em que seres maiores com um metabolismo mais lento estariam bem adaptados. , afirma o palentólogo Artur Sá .Mas esta descoberta também lança luzes sobre o comportamento social destes animais. “Até agora o que se conhecia eram indivíduos solitários, aqui temos uma grande quantidade de trilobites todas juntas e metros e metros sem trilobites”, afirma o professor do departamento de Geologia da UTAD.
O investigador aponta duas razões que podem explicar o fenómeno: no mar, as trilobites juntavam-se para as mudas das carapaças, ficando agregadas para se protegerem enquanto as novas estruturas enrijeciam. Parte dos fósseis são das mudas e não de trilobites, o que dá força a esta teoria. Por outro lado, o objectivo do ajuntamento poderia ser a reprodução, como acontece em artrópodes actuais. O maior grupo de trilobites encontrado em Arouca pertencia à espécie Ectillaenus giganteus, e contava com mais de mil indivíduos com 15 a 20 centímetros que preenchiam uma área de 15 metros quadrados. As trilobites surgiram, viveram e extinguiram-se sem deixar quaisquer descendentes.
Atingiram o seu apogeu durante o Ordovícico (500 a 435 M.a.), quando terão existido 63 famílias agrupadas em oito ordens e quinze mil espécies, entrando depois em progressivo declínio que culminou com o seu desaparecimento no final do Pérmico (280 a 230 M.a.), altura em que ocorreu uma extinção em massa, a maior da história da vida na Terra, em que terão desaparecido cerca de 90 por cento das espécies marinhas e terrestres.
Uma vez que constituem um grupo de artrópodes marinhos completamente extinto, se quisermos ter uma ideia do seu aspecto teremos de nos deslocar a um oceanário para contemplar o caranguejo-ferradura (Limulus sp.), o organismo actual mais parecido com uma trilobite. Trata-se de um crustáceo que é considerado um “fóssil vivo”, uma vez que quase nada evoluiu quando comparado com o seu registo fóssil do Triássico (230 a 195 M.a.), período em que se julga que terá aparecido na Terra.
No entanto, apesar das parecenças entre ambos, muitas são as diferenças que os distinguem, pelo que, se pretendemos conhecer verdadeiramente as famosas trilobites, não nos resta outra alternativa que não seja vasculhar as jazidas fossilíferas à cata dos seus vestígios, esperando que eles nos dêem pistas sobre estas misteriosas criaturas.
Curiosamente, apesar de estarmos a falar de animais marinhos, as principais jazidas fossilíferas portuguesas localizam-se longe do mar, a dezenas ou centenas de quilómetros do oceano. Isto explica-se porque, como já explicamos atrás, esses lugares, no passado muito longínquo, fizeram parte do fundo marinho que depois viriam a dar as rochas que actualmente podemos contemplar à superfície e que guardam nos seus estratos valiosos tesouros: os fósseis de trilobites e de muitos outros habitantes dos mares paleozóicos.
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6.1.12
SERÁ ISTO O FUTURO ?
Que a electrónica tem evoluído muito e tem transformado, a cada dia que passa, a nossa maneira de viver é um dado adquirido que ninguém refuta. Telemóveis, relógios de pulso que recebem televisão, GPS cada vez mais sofisticados, câmaras de vídeo e fotográficas digitais e em miniatura , tablets , etc são tão corriqueiros que nem nos perguntamos que tecnologia electrónica usam para serem objectos tão complexos e tão pequenos no tamanho..
A cada dia que passa, são cada vez mais os produtos que incorporam partículas concebidas em laboratório, partículas essas vinte e cinco mil vezes mais pequenas que a espessura de um cabelo. É a nanotecnologia . A manipulação da matéria à escala do átomo permite desenvolver aplicações alucinantes como o caso que hoje vos apresento.
Cientistas da NASA, nos Estados Unidos, idealizaram um nanogerador que consegue extrair energia eléctrica das vibrações produzidas pelo nosso corpo quando em movimento. Desta forma estão a desenvolver roupas capazes de fornecer electricidade a pequenos gadgets, isto é, pequenos aparelhos ou, para ser mais preciso, pequenas engenhocas.
Também já foi construído um cabo com nanotubos metálicos que conduz electricidade praticamente sem perdas, mesmo ao longo de grandes distâncias, o que acabaria de vez com as actuais redes eléctricas de cobre Também se estudam placas solares de nanotubos extremamente finas e flexíveis , sendo os nanotubos aplicados de forma parecida a um aerossol, o que transforma qualquer superfície exposta ao sol num gerador de energia .
Voltemos, no entanto, ao título desta mensagem : Energia do movimento em baterias
Todo o movimento realizado pelo corpo é convertido em energia, que é armazenada nos nanofios e usada para os mais diversos fins, desde iluminação no espaço sideral onde não há luz solar, até mesmo para carregar o telemóvel no seu bolso, enquanto caminha. Os cientistas afirmam que o óxido de zinco utilizado nos nanotubos é barato e possui propriedades piezo eléctricas , isto é, quando o material sofre pressão pelo atrito, uma diferença de potencial é criada, podendo assim ser armazenada a energia durante a rotina diária.
A ideia é que o material seja usado como apoio energético extra para robots e astronautas em missões interplanetárias, logo ideia, interessante para a NASA. Um cientista afirma: “As pessoas estão desperdiçando energia o tempo todo ao andar ou mover os braços e como não se pode evitar esta perda, o melhor é capturá-la e carregar uma pequena bateria”. Não podemos esquecer que qualquer forma de energia se pode transformar noutra o essencial é saber como fazê-lo.
Como é evidente o projecto ainda não está em produção para o público , já que são precisas maiores pesquisas para que os nanofios sejam viáveis em diversas aplicações ou usos. A verdade é que o óxido de zinco é capaz de reter mais de dez vezes a carga do lítio hoje usado em baterias, ou seja, o projecto parece ser um tanto quanto promissor.
Neste mundo em que vivemos , de visionários, para não os apelidar de loucos, a luta entre laboratórios de pesquisa é enorme, senão vejamos; Cientistas do MIT descobriram como usar um vírus comum para desenvolver materiais a serem utilizados numa nova geração de baterias recarregáveis de iões de lítio com alto desempenho.
A principal vantagem dessa biotecnologia é que as baterias serão flexíveis o suficiente para serem incorporadas na roupa, com as vantagens atrás descritas .
Teoricamente, essas baterias terão perda mínima de potência quando sem uso e suportarão um número de ciclos de carga e descarga muito superior às actuais.
O vírus, chamado bacteriófago M13, é um vírus filamentoso, composto de 2.700 cópias de uma proteína externa (pVIII), e é muito fácil de ser modificado genética e quimicamente. O M13 infecta bactérias mas é inofensivo para os seres humanos.
Será que o meu leitor já se imaginou, daqui a uns anos , a andar pela casa de noite sem necessitar de acender as luzes, só porque a roupa que usa vai fornecendo energia a uma lâmpada de LEDS ou de outro tipo qualquer que venham a inventar, transformando-se assim em pirilampo gigante ?
15.12.11
PEGADA ECOLÓGICA
A expressão Pegada ecológica, usada pela primeira vez em 1992 por William Rees, referia-se, em termos de ecologia, à quantidade de terra e água que seriam necessárias para sustentar as gerações existentes, tendo em conta todos os recursos materiais e energéticos gastos por uma determinada população.
Hoje, a pegada ecológica é usada como um indicador de sustentabilidade ambiental. Pode ser usada para medir e até gerir os recursos através da economia. É ainda usado para explorar a sustentabilidade do estilo de vida de determinados grupos de indivíduos, produtos e serviços, sectores industriais, vizinhanças, cidades, regiões e nações.
Depois desta última definição é lógico afirmar que a pegada ecológica de uma população tecnologicamente avançada é, em geral, maior do que a de uma população subdesenvolvida. O uso excessivo de recursos naturais, o consumismo exagerado, aliado a uma grande produção de resíduos, são marcas ( pegadas) de degradação ambiental das sociedades humanas actuais que ainda não se convenceram de que fazem parte integrante da Biosfera e que têm de estar em equilíbrio com ela.
A Pegada Ecológica foi criada para nos ajudar a perceber a quantidade de recursos naturais que utilizamos para suportar o nosso estilo de vida, onde se inclui o agregado populacional (aldeia,vila ,cidade ), a casa onde moramos, os móveis que temos, as roupas que usamos, o transporte que utilizamos, o que comemos, o que fazemos nas horas de lazer.etc.
A Pegada Ecológica não procura ser uma medida exacta mas sim uma estimativa do impacto que o nosso estilo de vida tem sobre o Planeta, permitindo avaliar até que ponto a nossa forma de viver está de acordo com a sua capacidade de disponibilizar e renovar os seus recursos naturais, assim como absorver os resíduos e os poluentes que geramos ao longo do anos.
Como vamos
Vejamos então como diminuir a nossa pegada ecológica exemplos que retiramos da internet mas que poderiam ser ditos por qualquer aluno do ensino básico:
Reduza os consumos energéticos, utilizando aparelhos eléctricos e electrónicos de baixo consumo ( classe A) e não deixe esses aparelhos ligados se não estiverem a ser usados.
- Reduza a utilização do “ar condicionado”, usando ,por exemplo , janelas com vidro duplo.
- Reduza o consumo de água, fazendo um duche rápido, e regule as descargas do autoclismo para um mínimo.
- Minimize a produção de resíduos sólidos, poupando dinheiro ao adquirir embalagens com maior capacidade e produtos com pouca embalagem, sempre que possível recicláveis. Evite as garrafas que utilizam rolhas de plástico. Escolha produtos ecológicos ou com etiqueta ou rótulo ecológicos. Para o transporte das compras opte por reutilizar os sacos.
- Adquira produtos produzidos localmente, pois consomem menos combustível no seu transporte, produzindo menos emissões e contribuem para a manutenção do emprego e para o desenvolvimento da economia regional.
- Prefira produtos frescos em detrimento dos congelados ou enlatados pois estes gastam energia na sua conservação e no fabrico das embalagens . Aumente a proporção de vegetais em relação aos produtos derivados de carne consumidos a cada refeição.
- Deixe o automóvel em casa e utilize os transportes públicos. A utilização do comboio é um meio de transporte muito recomendado. Se utilizar o seu automóvel, procure partilhar com mais pessoas as deslocações para o local de trabalho.
- Utilize papel 100% reciclado e livre de cloro. Consuma o menor volume de papel possível e utilize sempre as duas faces das folhas. Utilize as folhas que não são necessárias para rascunho.
- Repare os equipamentos avariados antes de comprar um novo. Não deite para o lixo um equipamento que funciona, procure encaminhá-lo para quem o possa utilizar.
- Evite comprar produtos de usar e deitar fora, tais como papel de cozinha, guardanapos, toalhas de papel, talheres e copos de plástico, etc....
- Utilize os contentores de recolha selectiva, evitando colocar no lixo produtos potencialmente tóxicos, como por exemplo pilhas. Em relação ao óleo usado de cozinha, entregue-o em locais de recolha. Caso a sua localidade não seja abrangida por uma rede de recolha, coloque o mesmo numa garrafa junto com o seu lixo normal. Nunca despeje o óleo usado no esgoto.
Agora que tem uma ideia do que é a pegada ecológica torne a sua do tamanho da de uma pulga.
1.12.11
REPRODUÇÃO DOS DINOSSAUROS
Isso não invalidou que alguns cientistas pensassem que fossem animais vivíparos e outros que eles fossem ovíparos como os répteis dos nossos dias.
A prova de que os dinossauros eram ovíparos chegou em 1923, quando Roy Chapman Andrews que chefiava uma expedição ao Deserto de Gobi na Mongólia, encontrou vários ovos num ninho fossilizado. Estudando esse ninho acabou por concluir que os ovos eram de Protoceratops.
Vários paleontólogos iniciaram então uma busca por ovos de dinossauros ao redor do mundo, tendo conseguido bons achados, a maioria deles na China e Mongólia. Outras descobertas importantes ocorreram na Europa, América do Sul e América do Norte. Estas descobertas são tão importantes que os Chineses , consideram os ovos fossilizados como tesouros nacionais e impedem a sua saída .
O paleontólogo Philip Currie achou ovos fossilizados no Canadá e escreveu um artigo para a edição de Maio de 1996, da revista National Geographic sobre ovos de dinossauros. Em uma das suas buscas teve a sorte de encontrar os ovos fósseis com pequenos embriões de hadrossaurídeos dentro deles.
Currie e alguns colegas foram então à província de Hubei na China, local onde há tantos fósseis de ovos, que eles pensaram serem pedras pois não havia possibilidade de existirem tantos ovos em um único local. Curie estava enganado, pois eram ovos. Então os moradores locais guiaram-nos pelos vários ninhos que ali existem, até chegarem às ruas de uma aldeia, onde ovos eram usados como pedras para construção. Havia ovos aparecendo nos barrancos erodidos, bem visíveis, mas infelizmente para os pesquisadores o governo Chinês proíbe a retirada dos fósseis do país, só deixando que visitem determinados sítios fossilíferos para estudo.
Assim como fez Currie, outros paleontólogos encontraram ovos de animais pré-históricos o que forneceu muito material para estudar o comportamento dos animais.
Mas como se tem a certeza de que os dinossauros punham ovos?
Poucos ovos de dinossauros contém embriões no seu interior, e poucos são encontrados, e se compararmos os achados de ovos ao número de dinossauros já catalogados, veremos que existem poucos ovos para muitos tipos de dinossauros, o que poderia indiciar que nem todos pusessem ovos. No entanto, é mais provável a ideia que não encontremos tantos ovos porque estes são frágeis e alvo directo de predadores esfomeados. Vários dinossauros eram ladrões de ovos, e entre os mais famosos estão o Velociraptor, Troodon. Predadores, provavelmente também mamíferos de pequeno porte, comiam ovos, pois estes não ofereciam resistência a um ataque e eram extremamente nutritivos.
Quando os cientistas estudam os dinossauros, fazem inferências, ou chegam a conclusões lógicas baseadas na anatomia comparada com animais actuais Uma inferência é que os dinossauros se reproduziam sexualmente e punham ovos, pois as aves e os répteis, os parentes mais próximos dos dinossauros, reproduzem-se sexualmente e também põem ovos;
Mas há mais: a pesquisadora Mary Schweitzer, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, descobriu o osso medular na perna de um Tiranossauro rex. Esse é um tipo de osso que as aves usam para armazenar cálcio extra para a produção de ovo [fonte: Fields];
Ou ainda: Pesquisadores encontraram ovos fossilizados em vários locais ao redor do mundo e alguns têm embriões de dinossauro. Esses ovos parecem ser um pouco diferentes dos ovos de aves e répteis, além de terem padrões na superfície que não aparecem em nenhum ovo recente, mas isso pode ser consequência da evolução.
É muito difícil relacionar um ovo com o animal que lhe deu origem s. Os pesquisadores precisam abrir muitos ovos para encontrar apenas um embrião. Além disso, os grandes dinossauros mudavam bastante de aspecto desde que saíam do ovo até se tornarem completamente adultos. Dessa maneira, mesmo um embrião perfeito não garante uma relação com quem pôs o ovo.
Mas mesmo que uma espécie de ovo seja desconhecida, ela ainda pode fornecer informações sobre como os dinossauros viviam. Podemos afirmar que tal como as aves e os répteis, os dinossauros construíam ninhos. Enquanto alguns ninhos fósseis são pilhas de ovos amontoados a esmo rodeados por solo e detritos, outros têm padrões organizados. Algumas escavações revelaram locais com várias camadas de ovos e ninhos. Em algumas espécies, os dinossauros tomavam conta de seus ninhos com cuidado e retornavam ao mesmo local da ninhada ano após ano.
Os próprios ninhos dão aos pesquisadores uma ideia de como os ovos se desenvolviam e chocavam. Alguns ninhos têm a forma de ninhos de aves e são mais altos do que o solo ao redor. Isso sugere que alguns dinossauros chocavam seus ovos exactamente como as aves o fazem, repousando seus corpos sobre os ovos. Embora possa parecer absurdo, pesquisadores encontraram esqueletos de dinossauros posicionados sobre os ovos. Mas nem todas as espécies faziam isso - outras enterravam e abandonavam seus ninhos ao calor do terreno, como os crocodilos.
Por enquanto, tem sido difícil aos cientistas determinar se os dinossauros saíam dos ovos prontos para se defenderem sozinhos, como os répteis, ou se precisavam do cuidado dos pais, como as aves. Um estudo de seis anos de fósseis de um ovo de 80 milhões de anos, na Universidade de Leicester, determinou que pelo menos algumas espécies eram auto-suficientes quando saíam dos ovos [fonte: Science]. Mas embriões de outras espécies completamente desenvolvidos eram pequenos demais ou desajeitados para sobreviverem sem ajuda. Pesquisadores chegaram a encontrar esqueletos de um dinossauro adulto acompanhados dos esqueletos de seus filhotes [fonte: Trinity-Stevens].
Porém há muito que aprender sobre a reprodução dos dinossauros. Não se tem certeza se os dinossauros faziam rituais de acasalamento ou se competiam por parceiros. Entretanto, algumas espécies aparentemente são sexualmente dimórficas ,isto é ,,o macho era morfologicamente diferente da fêmea
Usando como fonte www.achetudoeregiao.com.br vejamos como eram os hábitos de acasalamento, incubação e outros, dos dinossauros
Todas as semanas novas espécies de dinossauros são descobertas e muitas apresentam estruturas estranhas que nem sempre podemos explicar. Tais como os, espinhos, barbatanas, placas etc... Para todas essas excentricidades antigamente tínhamos uma única explicação: combate e defesa. Por exemplo, os cornos e gorjeias dos ceratopsianos durante anos foram tidas como armas para defendê-los dos tiranossauros. Estudos recentes revelaram que tanto cornos como gorjeias eram frágeis demais para essa função. Então para que serviam? A resposta é sexo!!!
É possível que essas estruturas fossem usadas para ornamentação e exibição durante a época de acasalamento. Os ceratopsianos poderiam exibir suas coloridas gorjeias para atrair as fêmeas. Se um macho rival aparecesse os cornos poderiam ser usados para combates rituais e mostrar â fêmea quem era o mais forte.
Essa mesma explicação é aplicada por muitos especialistas para as placas dorsais , as cristas e barbatanas dorsais encontradas em muitos dinossauros.
Muitas das antigas teorias sobre o comportamento reprodutivo dos dinossauros foram postas em causa com as novas descobertas dos cientistas. Antes acreditava-se que ao depositarem os seus ovos eles os abandonavam. Indícios provam que muitas espécies não só cuidavam dos ovos como dos filhotes depois de nascerem, alguns até por bastante tempo.
Acreditava-se que os dinossauros carnívoros, como o tiranossauro, ao porem os ovos os abandonavam à própria sorte. Indícios fósseis mostram que logo após o acasalamento, macho e fêmea construíam um ninho e ali eram colocados dúzias de ovos.
Provavelmente apenas 4 ou 5 nasciam e sobreviviam. Aos nascerem ainda eram pouco desenvolvidos, pequenos e frágeis como foi mostrado por um achado de um tiranossauro juvnil. Os pais traziam –lhes comida e com o tempo eles começavam a sair para caçar pequenos animais que encontravam, sempre com a supervisão dos pais.
Os tiranossauros demoravam aproximadamente 15 anos para ficarem adultos, um período de tempo bastante curto, se levarmos em conta que nasciam do tamanho de um peru e cresciam até pesarem cerca de 6 ou 7 toneladas.
Animais menores, como oviraptores também cuidavam de suas crias, alimentando-as com comida regurgitada. Deveriam demorar pouco mais de 1 ano para atingirem o tamanho máximo.
Os ceratopsianos machos na época do acasalamento ficaram com suas gorjeias bem coloridas e as agitavam para atrair as fêmeas. Às vezes 2 machos acabavam brigando por uma fêmea. Após o acasalamento eles faziam grandes buracos no chão e depositavam seus ovos em fileiras.
Costumavam nidificar em colónias para que pudessem proteger seus ninhos e os dos outros de ladrões de ovos. Os filhotes nasciam sem chifres: estes cresciam com a idade. Mesmo depois de crescidos os filhotes ainda ficavam sob tutela dos pais até que ficassem grandes o suficiente para se defenderem sozinhos.
Os hadrossauros também nidificavam em colónias, sendo que cada ninho ficava a uma distância de aproximadamente 4 metros um do outro, para melhor protecção.
Os filhotes muito pequenos passavam muito tempo no ninho, até se desenvolverem mais para que pudessem sair. Acredita-se que levavam uns 8 anos para atingirem a idade adulta.
Os saurópodes tinham um método de reprodução muito interessante: a fêmea cavava um buraco na orla de uma floresta densa e lá depositava centenas de ovos redondos. Enterrava-os e os deixava lá. Quando nasciam os saurópodes estes já podiam caminhar manterem-se sozinhos, dentro do mato fechado. Lá ficavam por muitos anos aproveitando-se de sua camuflagem contra os predadores.É claro que nem sempre isto funcionava e a maioria era apanhada. Quando ficavam grandes demais para viver ali , saíam para campo aberto e tratavam de procurar uma manada de adultos. Se conseguissem encontrar uma os adultos instintivamente os adoptavam e passavam a cuidar deles como se fossem seus, para o resto de suas vidas.
Acredita-se que os saurópodes atingiam a maturidade sexual aos 20 anos.
Outros especialistas rejeitam o abandono dos ovos e acreditam que os saurópodes cuidavam das crias desde o período de nascimento. As discussões ainda permanecem. Os troodontes tinham um método bastante incomum de reprodução. Sabe-se que eles dividiam o território com dinossauros ornitópodes conhecidos como Orodromaeus, que cuidavam muito bem de suas crias. Os troodontes, aproveitando seu tamanho e aparência equivalente se infiltravam nos ninhos e colocavam seus próprios ovos ali. Os pais Orodromeus não percebiam a diferença e cuidavam dos ovos do intruso como se fossem seus. Os troodonte nasciam primeiro e já eram pequenas máquinas de matar. Comiam os outros ovos e, às vezes, filhotes mais fracos de Orodromaeus. Este facto acontece nos nossos dias com certas espécies de aves .
14.11.11
CURIOSIDADE ASTRONÓMICA
.A descoberta foi feita graças ao Kepler, o telescópio espacial programado para detectar planetas fora do nosso sistema solar.. O investigador Laurance Doyle usou o telescópio para estudar sistemas binários, ou seja, sistemas solares com duas estrelas sendo esta a primeira detecção inequívoca de um planeta que gira em torno de duas estrelas
O cientista trabalha num instituto da SETI (procura de vida extraterrestre), na Califórnia, e desde que o Kepler foi enviado para o espaço, em 2009, tem estado a observar centenas de sistemas binários que estavam no campo de visão do telescópio, ou seja, um pouco do espaço que apanha as constelações de Balança e do Cisne.
O telescópio tem uma câmara do tipo grande angular que foi desenhada para detectar a luminosidade das estrelas com um detalhe fabuloso. Quando um planeta passa à frente do seu sol faz uma pequena sombra e a quantidade de luz que chega à Terra vinda da estrela diminui algumas fracções. O telescópio consegue detectar essa variação.
No caso de duas estrelas a girar uma à volta de outra, a máquina detecta os eclipses. Foram estes eclipses que Laurance Doyle andou a observar.
“Via eclipses regulares, mas o meu olhar foi atraído para os eclipses extra que ocorriam fora de uma sequência e pensei ‘ou é um terceira estrela ou é um planeta’”, explicou Doyle. A equipa confirmou que existia um astro que passava à frente das duas estrelas, e criava eclipses diferentes.
Depois, através da medição do tamanho das duas estrelas, do grau dos eclipses criados pelo terceiro objecto e da influência que este tem nas órbitas dos sóis, os cientistas concluíram que só podia ser um planeta.
Apresentemos então o planeta Kepler 16.
No centro de gravidade do sistema há duas estrelas e por isso nenhuma está no meio. A maior, com quase sete décimos do tamanho do Sol, é a que está mais próxima deste centro. A segunda estrela tem apenas um quinto do tamanho do Sol, é mais escura e menos quente. As duas estrelas têm um período de rotação de 41 dias e uma órbita excêntrica.
O planeta é grande - do tamanho de Saturno - e meio rochoso, meio gasoso. Tem uma órbita circular à volta dos sóis, com um período de 228 dias e tem uma temperatura média entre os 103 graus negativos e 70 graus negativos.
“Tudo está alinhado de uma forma belíssima”, referiu Laurance Doyle, explicando que isso sustenta a ideia de que este planeta surgiu do mesmo disco estelar que criou os dois sóis e não foi puxado pela gravidade das estrelas, vindo de outro lado do espaço. “
1.11.11
O LUTO EM ANIMAIS
Quando, no início da década de sessenta, cumpria mobilização militar em Moçambique, comandei dois pelotões que faziam a guarda aos paióis gerais da Região Centro e que se situavam entre a cidade da Beira e a vila do Dondo , área na altura quase despovoada e de densa savana.
Como o perímetro de segurança destes vários paióis não estava ,naquela época, delimitado por qualquer cerca de rede, a zona era severamente guardada e patrulhada de dia para afastar eventuais intrusos, já que era área totalmente restrita. À noite a vigilância era ainda mais severa e, com a escuridão, a ordem era abrir fogo sobre algo que accionasse os improvisados alarmes e não se identificasse de imediato. Esta norma de segurança fez com que alguns macacos fossem abatidos , ao tentarem aproximar-se, no escuro, dos referidos paióis onde lhes cheirava a comida dos soldados.
Ao raiar do dia seguinte a esses incidentes havia sempre forte algazarra entre os macacos mais jovens empoleirados nas árvores, enquanto outros, no terreno capinado ou desmatado, tentavam aproximar-se do local onde estava o corpo do macaco morto, para o resgatar. Para o fazer mostravam atitudes ameaçadoras e chegavam a atirar paus e pedras para afastar os soldados da guarda . Quando estes soldados simulavam retirar, para detrás do paiol , os macacos rapidamente resgatavam o corpo e o levavam para a orla do terreno limpo de vegetação, tendo eu verificado, através de binóculos, que um deles tentava reanimar o companheiro , enquanto o resto do bando assistia em profundo silêncio.. Como tal não acontecesse levavam-no para o mato mais denso. ( Ver foto inserida de um velório entre macacos)
Como explicar esta reacção tão humana ? Será que sentem pena e sofrimento ,ou apenas parecem sentir ? A resposta é difícil e divide os cientistas!
Sem querer cair em antropomorfização , cito Iain Hamilton :
A macaca Tina morreu atacada por um leopardo. O macaco macho dominante manteve-se horas junto do cadáver, impedindo que outros se aproximassem; só deixou que Tarzan , irmão de Tina, se sentasse ao seu lado. Os chimpanzés reagem á morte dos seus congéneres e parece que a vêem como uma mudança profunda pois não comem, ficam deprimidos e chegam a perder peso. Se não ficamos muito admirados com isto porque se trata de animais morfologicamente muito parecidos com os humanos que dizer de situações parecidas passados com elefantes e que foram descritos por vários zoólogos ? Alguns investigadores acreditam que os elefantes manifestam grande preocupação face aos restos mortais de outros elefantes. Quando diante de ossos e outros objectos naturais, os elefantes africanos passam consideravelmente mais tempo a explorar os crânios e maxilares de outros elefantes do que em relação ao de outros animais. Também tentam levantar com a tromba um companheiro ferido ou morto, só desistindo ao fim de algumas horas.
Vejamos agora outros casos em animais não primatas e , por isso, mais afastados de nós evolutivamente:
Perda de apetite, uivos e semblante triste são alguns dos sintomas que muitos bichos de estimação apresentam após a morte de um companheiro, no caso, outro animal. Embora as reacções não sigam um padrão, o "clima de luto" entre cães e gatos é apontado como algo visível por donos que chegam a procurar a ajuda de um veterinário.
A jornalista Juliana Bussab , fundadora da ONG Adopte um Gatinho , afirma ter visto de perto as reacções de luto. Uma das situações aconteceu entre dois de seus cães, um husky siberiano e um weimaraner, apresentados um ao outro já adultos . A convivência, difícil no começo, transformou-se em amizade e, anos depois, em tristeza, após a morte do segundo. "O husky não queria comer e começou a deitar-se onde o outro usualmente descansava". Preocupada, Juliana levou o cão ao veterinário e, cerca de três meses depois da morte do amigo, as melhoras começaram a aparecer.
Já entre os gatos, ela diz que observou a relação entre dois gatinhos da mesma ninhada, acolhidos pela ONG. Com a morte do macho, a fêmea começou a chorar com frequência e procurar o companheiro, mas acabou superando sozinha em alguns meses.
A veterinária Angélica Lang Klaussner diz que casos como estes são comuns, embora também existam cães e gatos que não esbocem qualquer reacção com a morte de outro.
Voltemos aos primatas já que incluÍ esta mensagem na etiqueta antropologia:
Na realidade, segundo os primatologistas, no seio da maioria das espécies primatas a mãe reage sempre à morte das suas crias, abraçando e tratando o pequeno animal como se ainda estivesse vivo. Durante alguns dias, ou mesmo semanas, a mãe carrega o corpo para onde vai e, se necessário, discute com qualquer um que tente separá-la da cria morta.
A primatologista Sarah Hrdy, considera fazer sentido, no que diz respeito à adaptação, que as mães segurem as crias falecidas, mantendo a esperança durante algum tempo. «Se a cria não estivesse realmente morta, mas em coma temporário, porque ficou doente ou porque caiu de uma árvore, ele voltaria à vida», explicou.
«Estamos a falar de primatas que têm partos de uma só cria após longos períodos de gestação. Cada um representa um enorme investimento para a mãe», acrescentou.
Por todos os recantos da natureza, segundo os biólogos, existem animais que se comportam como se tivessem consciência do predomínio da morte, apesar de considerarem que ela não lhes diz respeito.
Michael Wilson, professor assistente de Antropologia na Universidade de Minnesota e que estudou chimpanzés na Tanzânia, comentou que estes primatas «são muito diferentes dos humanos no que toca ao seu entendimento sobre a morte e as diferenças entre os vivos e os mortos».
Os chimpanzés jovens revelam sinais de luto genuíno quando as suas progenitoras morrem. Porém, os chimpanzés adultos raramente expressam algum tipo de sentimentalismo em relação à morte de outro adulto, explicou.
Isto porque os adultos doentes ou já idosos se isolam na floresta para morrerem sozinhos; e aqueles que morrem com companhia, por norma, morrem com outros adultos.
A mesma atitude liberal se aplica ao hábito de caça desses animais. «Quando caçam outros macacos, podem matá-los ou apenas imobilizá-los antes de os começarem a comer», contou.
Para alguns animais, a morte de um membro da mesma espécie pode corresponder, em significado, a uma refeição normal.
Parece confuso e até contraditório o que acabamos de escrever mas não podemos esquecer que ,no passado, havia comunidades humanas que praticavam canibalismo, não sepultando os mortos,principalmente os inimigos. São estes pormenores que nos levam umas vezes a aceitar e outras a duvidar, se há sentimentos de dor e de perda entre os animais e , por tal motivo ,se cumprem um luto..
16.10.11
CÓDICE CALIXTINO
Esta notícia curta levou o comum das pessoas a pensar tratar-se apenas de um roubo de mais um velho livro que poucos conseguiam ler , mas o crime já é considerado um dos mais graves cometidos contra o património histórico e artístico de Espanha. Mas o que é na realidade este Códice, roubado a 5 de Julho?
O Codex Calixtinus ou Códice Calixtino , é um conjunto de manuscritos com iluminuras de meados do século XII. É conhecido do grande público pelo seu livro V, que consiste no mais antigo guia para os peregrinos que faziam o Caminho rumo a Santiago de Compostela, incluindo conselhos, descrições do percurso e das obras no arte nele existentes, assim como usos e costumes das populações que viviam ao longo da rota. Os demais livros do códice são sermões, narrativas de milagres e textos litúrgicos diversos relacionados com o apóstolo São Tiago. O códice escrito em latim nos anos finais do arcebispado de Diego Gelmírez, visava servir como promoção daquela Sé. Embora apresentado originalmente como sendo da autoria do Papa Calisto II, daí o seu nome, na realidade foi redigido por vários autores no período entre 1130 e 1160, tendo elevado valor literário.
O exemplar mais antigo dos livros que constituem o Códice é datado de 1160, e é formado pela cópia de um exemplar modelo. A cópia realizada pelo monge Arnaldo de Monte em 1173 conserva-se actualmente em Barcelona
Segundo apuramos , parte do manuscrito foi traduzido para o galego no primeiro terço do século XV onde ficou conhecido como "Milagres de Santiago"", e recolhe partes da "Historia Caroli Magni e do Guia do Peregrino. O códice sofreu intervenção de restauração em 1966 , ocasião em que lhe foi reincorporado o Livro IV, que dele havia sido destacado em 1609.
Carlos Villanueva, catedrático da Universidade de Santiago de Compostela e estudioso destas obras afirmou que o livro é de um valor "imenso", difícil de estabelecer caso a obra fosse leiloada.
Villanueva considera que o livro é possivelmente o original (ou pelo menos o melhor dos exemplares) do Codex Calixtinus, que descreve pela primeira vez os detalhes de várias das rotas do Caminho, com informação sobre alojamento, zonas a visitar e património e objectos de arte que podem ser conhecidos.
Um relato que, nove séculos depois, continua ainda hoje a ser citado e ainda serve de referência para alguns dos locais percorridos pelos peregrinos.
Conhecido também como o Liber Sancti Jacobi, foi realizado em honra do apóstolo Tiago, detalhando-se a vida, o martírio e a veneração da figura que tem em Compostela o seu maior culto.
O professor afirmou ainda que a obra acabou por ser divida em cinco livros e vários apêndices, entretanto reunidos, já no século passado, num único volume. Villanueva destaca o facto de que o livro estava " muito bem protegido e isolado, numa caixa forte, com acesso personalizado e muito difícil de ultrapassar". O seu roubo é de profissionais e"um golpe tremendo" para Santiago de Compostela por tratar-se de "uma peça significativa e fundamental para o conhecimento da história".
As autoridades espanholas montaram já uma ampla operação policial em toda a Espanha no intuito de encontrar a pista ao livro e pensam que pode tratar-se de um roubo realizado por um grupo contratado por algum coleccionador ou traficante de objectos deste tipo.
Apresentamos apenas um breve resumo deste acontecimento omitindo pareceres e opiniões ,muito abundantes na internet que apontam o roubo como sendo um acto publicitário em virtude das condições de extrema segurança em que se encontrava.
6.10.11
ARQUITECTURA DO VALE DO SOUSA
Na muito ramificada bacia hidrográfica do rio Sousa, um afluente do rio Douro, desenvolveu-se uma arquitectura românica fruto das condições físicas e sociais existentes naquela região, nos finais do século XI e até ao século XIII.
Esta arquitectura é diferente da que se observa nos templos da zona mais nortenha de Portugal, onde as construções mais antigas são, atarracadas e sólidas, lembrando o romano, com grandes pórticos ladeados por capitéis esculpidos com símbolos, animais e vegetais. Este modo de construção foi sendo progressivamente substituído pelo gótico, sendo então os templos mais altos e os pórticos de volta redonda (romanos) dando lugar aos arcos ogivais.
Como dissemos, no Vale do Sousa, o estilo românico é singular e. evidencia-se na ornamentação das entradas e dos longos frisos que decoram os espaços religiosos, bem como na técnica usada. A técnica é a do bisel, ( corte feito obliquamente) que potencia os efeitos de luz e sombra que realçam os motivos esculpidos, normalmente plantas, talvez influência árabe. A esta decoração associam-se ainda colunas prismáticas com bases bulbiformes.
Parece que tudo terá começado, no início do reino de Portugal. quando duas famílias nobres a dos Sousas e a dos Ribadouro se estabeleceram nos territórios da bacia do Sousa e sob sua protecção , ali se instalaram ordens religiosas monásticas que rapidamente se converteram em pólos de atracção de gentes rurais formando povoados com suas igrejas paroquiais. A instalação destes coutos religiosos, sobretudo junto dos cursos de água, garantiu a educação da nobreza e favoreceu a evolução destas terras e das suas gentes com a consequente construção de obras de estilo românico.
Este valioso património pode hoje ser facilmente visitado já que os municípios de Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel uniram esforços e criaram, em 1998, a Rota do Românico do Vale do Sousa.
Este roteiro, está devidamente sinalizado em toda a região e estende-se por um percurso viário de cerca de duas centenas de quilómetros. Comecemos pelo Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa, em Penafiel. Este velho mosteiro beneditino foi pertença da família Ribadouro e ainda hoje guarda memória desses tempos, ao conservar no seu interior o túmulo de Egas Moniz.
De acordo com Lúcia Rosas, o Mosteiro “tem origem na fundação de uma comunidade monástica que remonta ao século X” e constitui um edifício-padrão onde as tradições locais e as influências do românico de Coimbra e do Porto se miscigenaram, padronizando o tipo de românico nacionalizado das bacias do Sousa e do Baixo Tâmega”. Assim, apresenta motivos decorativos vegetalistas (vides, acantos e palmetas) talhados a bisel e longos frisos, que existem tanto no interior como no exterior do templo.
No concelho de Paredes, está o Mosteiro de São Pedro de Cête, cuja fundação também remonta ao século X. Sofreu modificações posteriores, pois a igreja é já da época gótica.. Segundo Jorge Rodrigues, “a fachada impressiona imediatamente pela sua irregularidade, graças à altura, à grande torre ameada do lado norte e, sobretudo, ao gigantesco contraforte, sensivelmente ao centro, de decoração manuelina”.
Já o Mosteiro de São Pedro de Ferreira, a cerca de quatro quilómetros de Paços de Ferreira, é considerado por Lúcia Rosas “um dos mais cuidados monumentos do românico português”. De origens ainda não completamente esclarecidas, a igreja é precedida de uma estrutura que aparenta uma função inicial defensiva, com um campanário de dois vãos e cimalha de duas águas, “constituindo caso único no românico português”, salienta Jorge Rodrigues. Este especialista em arte românica refere ainda que “a excelente escultura do templo é essencialmente vegetalista e geométrica, com a influência de Paço de Sousa – bem perto – a fazer-se sentir nos entrançados do portal principal, nos capitéis da capela-mor”. Lúcia Rosas acrescenta ainda que “o amplo portal ocidental, com quatro colunas de cada lado, duas das quais prismáticas, está muito bem desenhado, mostrando um tratamento decorativo de acentuado valor”. Assim, conclui que “o templo deve ter sido edificado rapidamente, beneficiando de condições técnicas, materiais e financeiras de excepção, no panorama da obra românica em Portugal”.
Já o Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, propriedade dos Sousa, é um dos mosteiros beneditinos mais ricos com o portal principal representando um notável exemplo da escultura românica.
O que se passa com os mosteiros passa-se com as igrejas espalhadas por esta zona, bem como torres e pontes Desta forma os municípios que atrás citamos criaram três rotas turísticas : a dos mosteiros, a das igrejas e a das torres e pontes.
Enquanto projecto turístico cultural, a Rota do Românico visa a recuperação, a beneficiação e a criação de condições de visita dos imóveis . Após ter sido distinguida em 2009 com o Prémio Turismo de Portugal na categoria de “Requalificação de Projecto Público”, voltou a ser galardoada, além-fronteiras, com o Troféu Internacional de Turismo, no âmbito da Feira Internacional de Turismo – FITUR 2010.
29.9.11
PELÁGIO e a reconquista cristã
Os muçulmanos não conseguiam ocupar a região montanhosa das Astúrias onde resistiam muitos visigodos e foi aí que surgiu Pelágio (ou Pelaio) que se pôs à frente dos refugiados, iniciando imediatamente um movimento de guerrilha..A guerrilha tinha, como já dissemos, um objectivo: reapoderarem-se das suas terras e de tudo o que nelas existia. .
Vamos então falar de Pelágio .
Pelágio, ou Pelayo, foi o fundador do Reino das Astúrias e o seu primeiro rei entre 718 e 737.
Dom Pelágio, juntamente com outros nobres Visigodos foram presos em 716, por ordem de Munuza, o governador muçulmano das Astúrias, e enviados para a sede do reino, em Córdova.
Pelágio conseguiu fugir, e voltou para as Astúrias refugiando-se nas montanhas de Cangas de Onis. Em 718, D. Pelágio reuniu um grupo de seguidores e iniciou a resistência ao invasor islamita, inicialmente com escaramuças contra pequenos destacamentos militares das povoações e, mais tarde, em luta aberta.
Em 722, o wali Ambasa enviou um grande contingente militar contra os resistentes de Pelágio. Este acabou por vencer nas altas montanhas de Covadonga. Esta batalha é considerada como o ponto de partida da reconquista cristã.
Após esta vitória, o povo asturiano uniu-se e rebelou-se provocando muitas baixas entre os mouros. O governador, Munuza, organizou outra força para confrontar o exército rebelde. mas Pelágio venceu novamente e Munuza morreu. Pelágio foi aclamado rei e fundou então o Reino das Astúrias instalando a, sua corte em Cangas de Onís.
Com o reino consolidado, D. Pelágio, veio a falecer de morte natural em Cangas de Onís, no ano 737. Foi sepultado na igreja de Santa Eulália de Abamia, próxima a Covadonga que ele havia fundado. Nesta igreja ainda existe o dólmen sob o qual ele foi inicialmente sepultado. Posteriormente seus restos foram trasladados por Alfonso X para o Santuário de Covadonga. ( ver foto ao lado) De sua mulher Gaudiosa, teve Fávila, seu sucessor no trono, e Ermesinda, que viria a desposar D. Afonso I, de Astúrias, filho de Pedro, duque da Cantábria. As altas montanhas desta zona asturiana são designadas de PICOS DA EUROPA.
14.9.11
HISTÓRIA DOS TRANSPLANTES DE ORGÃOS
Durante muitos anos os médicos tentaram substituir um órgão doente de um ser humano por um outro de um animal parecido , como o porco ou o macaco, mas tal substituição matava o paciente. Tentaram depois órgãos retirados de seres humanos acabados de falecer mas também aqui o corpo do doente reconhecia que aquele órgão lhe era estranho.
Era a rejeição do tecido estranho do doador por causa do sistema imunológico do receptor que reconhecia que aquele não lhe pertencia.
O sistema imunológico é como um exército, constantemente em guarda contra qualquer invasão de bactérias, vírus ou outras substâncias potencialmente perigosas. Quando o tecido de um doador é colocado dentro do corpo de outra pessoa, este exército imunológico o vê como um invasor e inicia uma batalha. Os glóbulos brancos do sangue atacam e destroem o tecido desconhecido pelo processo chamado de rejeição . Tal já não ocorria quando o órgão do doador era de um irmão gémeo idêntico ou verdadeiro. A semelhança genética das duas pessoas impedia a reacção imunológica. O cirurgião, Joseph E. Murray, utilizou este facto quando, em 1954, realizou com êxito o seu primeiro transplante de rins entre gémeos idênticos , no Hospital Brigham and Women em Boston.A cirurgia do Dr Murray foi um progresso importantíssimo. Porém não era uma solução, já que muito poucas pessoas têm um gémeo idêntico com quem contar para a doação de órgãos.
No final dos anos 60, os médicos descobriram uma maneira de realizar transplantes entre pessoas que não fossem parentes, através da supressão da reacção imunológica do receptor, com medicamentos chamados imunossupressores, mas mesmo assim surgiam problemas pois esses medicamentos eram altamente tóxicos e o risco de infecção aumentava exponencialmente o que fazia com que a maioria dos pacientes de transplantes não vivessem muito após a operação.
Como é próprio do ser humano não desistir perante adversidades, nos anos 80, os medicamentos anti-rejeição melhoraram tanto que a cirurgia de transplante tornou-se rotineira e bem menos arriscada do que havia sido nas décadas anteriores. As taxas de sobrevivência aumentaram, tendo os cirurgiões desenvolvido os processos de transplante de órgãos essenciais, como coração, rins, fígado e pulmões. Estes êxitos levaram os médicos a pensar em órgãos "não essenciais" e assim no final dos anos 90, foram realizados os primeiros transplantes de mão, com sucesso e, neste ano de 2011, um transplante de face.
Mas falemos de um outro transplante que deu brado em todo o mundo, há mais de 40 anos.
O coração de uma pessoa morta palpitou pela primeira vez no peito de outro humano às 5h25 de 3 de Dezembro de 1967, na África do Sul. O feito foi realizado no hospital Grote-Schuur, na Cidade do Cabo e foi bem sucedido. O chefe da equipe era o professor Christiaan Barnard, então com 44 anos de idade.( 1923- 2001)
O paciente foi Louis Waskansky, de 53 anos. O órgão transplantado por Barnard e sua equipe, numa operação de 5 horas, era de uma jovem de 25 anos, que tinha morrido num acidente. Waskansky faleceu 18 dias depois da cirurgia histórica, em consequência de uma infecção pulmonar pelas razões atrás referidas e que voltamos a citar: os medicamentos então usados para combater a rejeição do organismo reduziram muito o sistema imunológico do paciente.
Um mês depois da operação espectacular, Barnard fez o segundo transplante de coração e desta vez com grande sucesso: o dentista Philip Blaiberg viveu um ano e sete meses com o coração novo. Estes transplantes não podem ser considerados puras experiências ,já que os doentes transplantados teriam apenas alguns dias de vida se o não fizessem.
A notícia do transplante propagou-se por todo mundo como acontecimento revolucionário, embora há muito tempo se transplantassem rins e córneas .
Em alguns países o transplante do coração foi uma coisa inconcebível, devido a factores religiosos dominantes como a crença de que o coração não era um órgão como os demais, mas o lugar da alma, o núcleo humano, o centro da personalidade.
Barnard a estas críticas respondeu:
"A partir de um determinado momento, a gente é apenas um pesquisador e tem que se ater ao facto de que o coração tem apenas a função de bombear o sangue. Um transplante de coração não é mais do que um transplante de rins ou de fígado".
Como já por duas vezes dissemos o grande problema na época era a rejeição. Um organismo defende-se contra todo e qualquer corpo estranho que lhe é implantado
Na actualidade, a rejeição orgânica está bastante reduzida, graças ao efeito de medicamentos desenvolvidos especialmente com esse fim e assim a taxa de mortalidade situa-se abaixo de 10% no primeiro ano depois do transplante .
E o que se passa em Portugal a nível de transplantes? Para responder a esta pergunta vamos socorrer-nos de uma notícia saída há meses no Diário de Notícias.
Portugal é o país líder mundial no transplante de fígado. De acordo com os dados da Newsletter Transplant, uma publicação da Organización de Transplantes e Conselho da Europa, foram realizados 25,8 transplantes hepáticos por milhão de habitantes em 2008. Ao todo, foram transplantados 274 portugueses que precisavam de um fígado.
Maria João Aguiar, coordenadora nacional das unidades de colheita da Autoridade para os Serviços de Sangue e da Transplantação (ASST), conta ao DN que é a primeira vez que o País é líder mundial, "à frente de países como os Estados Unidos (com 20,8) e Espanha", que está em segundo lugar com uma taxa de 24 transplantes por milhão.
Morais Sarmento, o presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação, salienta o benefício que esta subida tem para os doentes: "Geralmente, estes casos são de situações urgentes e é sempre bom saber que há mais órgãos para quem precisa." Um exemplo é o da doença dos pezinhos, muito típica de Portugal, "em que os doentes beneficiam muito com o transplante". Melhora-se a condição de vida de muitos e salvam-se mais vidas com o aumento do transplante.
A subida na transplantação hepática, que tem sido sustentada ao longo dos últimos anos, também se fez sentir noutras áreas, nomeadamente no transplante renal. Se apenas tivermos em conta os transplantes com órgãos retirados de dadores cadáveres, Portugal está em segundo lugar a nível mundial, com uma taxa de 44,8 cirurgias por milhão de habitante. À frente, está Espanha com uma diferença reduzida em relação a Portugal: 44,9.
Em Julho deste ano de 2011 chega a notícia de em Espanha ter sido transplantado um par de pernas..
O programa de dador vivo, em que cônjuges e familiares podem dar um órgão (fígado ou rim), também está a aumentar no País. Somando os dois tipos de colheita (em dador vivo ou cadáver), Portugal fica com uma taxa de 49,4 transplantes renais, apenas ultrapassado pela Noruega e Chipre, com taxas de 58 e 83. Estes dois países apostam sobretudo na dádiva em vida, que é responsável por mais de metade da colheita.
No entanto em Setembro de 2011 e por razões orçamentais impostas pelo FMI, o nosso país está reduzir o número de transplantes o que já motivou muitas críticas nos meios médicos.
1.9.11
Castelo de Santarém
É aceite que a primeira ocupação humana desta zona remontará a um castro ou a uma povoação do século VIII antes de.Cristo. Quanto aos Romanos sabe-se que estiveram neste local desde 138 a.C. e lhe chamaram Scalabis, sendo um importante entreposto comercial no médio curso do rio Tejo . Com a conquista da península Ibérica pelas tropas de Júlio César, no ano 90 a.C., esta povoação passou a ser fortificada e a ter uma guarnição militar permanente, sendo então designada por Praesidium Juliia .
Com a invasão da Hispânia ( península Ibérica sob domínio romano ) pelos povos bárbaros (Alanos, Vândalos), a povoação foi dada a Sunerico no ano 460 dC, para seis décadas depois ser ocupada pelos Suevos. No século VII foi a vez dos Visigodos, altura em que era denominada como Sancta Irena , para no início do século VIII, ser ocupada pelos Muçulmanos que a designavam como Chantirein ou Chantarim. Tanta mistura de povos e culturas por certo deixaram marcas na maneira se ser destas gentes e no seu DNA.
D. João IV (1640-1656), no contexto da Guerra da Restauração, e, mais tarde, D. Miguel (1828-1834), no decurso das Guerras Liberais, promoveram, em cada período, obras de modernização e reforço nas defesas da então vila. Este último serviu-se do castelo da vila como reduto, de Outubro de 1833 a 17 de Maio de 1834.
Chegada a paz e o progresso económico, Santarém foi elevada a cidade em Dezembro de 1868. A exemplo do que aconteceu em outros pontos do país, a expansão da cidade absorveu as suas defesas medievais das quais restam, em nossos dias, apenas remanescentes como o recinto fortificado da Alcáçova, a Porta de Santiago, a Porta do Sol e alguns pequenos troços das muralhas..
Na década de 1990 foram iniciados trabalhos de prospecção visando identificar troços remanescentes das antigas muralhas, bem como consolidação de alguns deles
Como castelo de montanha, possui elementos do estilo românico e do estilo gótico e era primitivamente constituído pelo recinto da alcáçova e pela muralha da vila, defendida por uma barbacã. Também existia uma cerca nos bairros ribeirinhos da Ribeira e do Alfange. A cerca da vila era rasgada por sete portas, designadas pelas sete vias de acesso:Porta de Santiago, de acesso à Ribeira; Porta do Sol, de acesso ao Alfange;Porta da Alcáçova;Porta de Leiria;Porta de São Manços ;Porta de Alporão, de acesso a Marvila; e a Porta de Valada.
Destas portas, restam apenas vestígios das duas primeiras: Um brasão de armas de Portugal, ladeado por uma epigrafia (actualmente mutilada e ilegível) ladeia os restos das ogivas, interna e externa, da Porta de Santiago. Em textos antigos são referidas como fazendo parte do castelo a Torre do Bufo na Alcáçova, a Torre de Manços e a torre de menagem, junto à Alcáçova mas só chegaram aos dias de hoje o recinto junto à Porta do Sol com três torreões coroados por merlões, que se prolonga sobranceiro ao vale do Alfange, na ribeira, integrado por uma guarita seiscentista em um dos vértices; troços de muralha junto à Porta da Traição, no monte sobranceira à Fonte das Figueiras; troços da cerca da vila na escola primária de Marvila (bairro do Pereiro) .o chamado Cabaceiro ou Torre das Cabasçs que mais parece uma construção recente pelos arranjos que lhe fizeram.
Pese embora a desilusão de não se ver um castelo como o idealizamos , uma visita ao jardim da Porta do Sol compensa pelo panorama que dali se avista.